Gangue no cais 2

E então, ele me olha com aqueles olhos que eu queria arrancar e diz: 

-...Alguém fez uma oferta bem mais generosa que a tua, me dando ainda um pequeno bônus extra deixando a informação bem mais valiosa e tu, sejamos francos, esses nossos negócios feitos à hora que você escolhe cansa um pouco, essa sua excentricidade me enche. Tudo de madrugada, tudo a noite, ora, por favor, Gie.

Eu me esforçava pra não acabar com a raça dele ali mesmo, aquela fora gota d'agua, mas eu não queria levantar nenhuma suspeita, quanto a minha real origem, visto que ele nunca tinha desconfiado de nada. Nem me movo, mas falo para os meus que já me entendiam muito bem “Fiquem atentos, ele vai aprontar algo”.
Era tão idiota que nem observava a minha íris mudando de cor a cada insulto dele, dou alguns passos ficando bem próximo a seu rosto.

-Sforza, já entendi o que fez, mas lhe aviso, se fosse você, não tentaria nada contra mim e pensaria duas vezes antes de me trair.

Ele sorri e em segundos percebo seu olhar para os homens dele e logo começa a bagunça, os homens atirando nos meus, e eu... Agarro o pescoço dele, e o levanto ate um contêiner pendurado em um guindaste dizendo enfurecida.

-Eu lhe avisei que pagaria muito caro por isso e por me chamar de Gie. Infeliz coincidência, mas o maldito que me chamou assim pela primeira vez, também me traiu, mas eu não tive o prazer de matá-lo, mas contigo eu posso acabar e bem rápido.

Os olhos dele faiscavam de medo e meus caninos já estavam expostos e sem pensar duas vezes rasgo sua carne, sugando até a ultima gota de sangue e logo o maldito perde as forças. Volto pra onde estava dizendo:

 - Limpem esta sujeira, preciso pensar.

 Ah, muitos erros numa noite só. Perdi um informante, fui remetida a um passado há muito guardado, mas que depois de muitos anos, ainda fazia sangrar um coração morto e ainda fragmentado por aquele covarde. Numa velocidade descomunal chego a um parque, na parte mais escura, a uns metros dali, um casal brincava num banco, quando me aproximo, meus olhos eram duas brasas.

-Sumam, vão prevaricar em outras paragens. Senão não respondo por mim.

Peguei-os de surpresa e em segundos, vasculho a vida dos dois que, de tanto medo às mentes estavam totalmente abertas, meu lado animal fala mais alto e a crueldade com que lanço as palavras para a moça, foi horrível.

-Se eu fosse tu, não me entregava a ele. Ele te trai. Conte a ela ordinário que tens outra.

A garota me olha com tanta indignação e o imbecil se vira e diz.

-Quem lhe contou sobre isso vadia?

Gargalho alto e olho pra ele limpando uma gota de sangue no canto dos lábios.

-Nem preciso, tu acabaste de confessar idiota. Apenas joguei. Agora sumam, pois estou saciada, mas posso mudar de idéia.

Sento-me no encosto do banco já retomando a minha sanidade e meu juízo.

-Mas que diabos deu em mim? E a maldita voz repetia: “Gie... Gie...”.

1 comentários:

Viviane disse...

Caraca! Tá ficando cada vez melhor. Amei. Tô no cel, depois comento com calma de casa. Bjs

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