Um conto do destino - parte 1: Tempo de mudança

Era bem difícil arrumar todas aquelas caixas!

Com o tempo, tinha tanta tralha, que mal sabia onde colocaria tudo.

Ainda era muito penoso  pensar em tudo que havia passado nos últimos tempos, sair da frente do mar para a frente de um monte de terras. Altas, frias!

Ora essa, era inverno. Só poderia ser frio mesmo. Talvez no verão, tudo fosse colorido, quem sabe?

Eu não sabia e nem poderia afirmar. Quando decidimos que nada mais tínhamos em comum, simplesmente achei o lugar mais longe e parti.

Olhava tão desolada para aquele monte de pilhas feitas sem ter nem noção de onde colocaria tudo. 

-Bom, melhor que tenho a fazer é me acalmar, respirar e ver onde consigo colocar o básico, o resto deixo nas caixas, nem vou precisar de tanta coisa assim. Vou é pra cozinha que preciso de algo pra beber e comer. 

No andar de baixo, eu olhava também da mesma forma, a maior preocupação naquele momento era se encaixar. Não só as coisas materiais, mas sentimentais, mentais e todos  "AIS" que se encaixassem ali. 

A chaleira apita, encho a xícara do chá e vou me sentar um pouco na varanda  fria. Era cedo ainda, eu tinha pulado cedo da cama, talvez atormentada pela bagunça.
Atormentada pelo fato de não ter conseguido me nortear nessa nova fase. 

Sentada ali, eu observava as poucas pessoas que saiam aquela hora da manhã, fria e úmida. As árvores balançavam com o vento forte e faziam uma música meio assustadora, mas quem passava parecia nem ligar pra isso. Passado alguns minutos, resolvo sair daquele frio e entro. 

- Vamos ao trabalho. Melhor fazer logo e acabar logo com isso. Música maestro. 

Coloco uma música, me visto de coragem e vou à luta. 

continua...