Conto às Avessas - 2ª Parte

 Continuação.


Mas porém, todavia, contudo, como todo macho que se preze, ele tinha que mostrar a que veio e numa velocidade incomum atravessa todo o salão, agarra a cintura dela com violência arrastando-a para fora. Com a mesma "sutileza", a coloca na cela do cavalo saindo a galope.
Para desespero do príncipe que não sabia como lidar com aquela situação, ao começar a galopar ela se agarra mais a ele, encostando seu corpo no dele, sorrindo satisfeita.
O cavalo ia a trotes rápidos, estimulado pelo cavaleiro, que descontava no pobre animal todo o turbilhão de imagens que passava pela sua mente. O deixando louco e sem rumo. Vez ou outra olhava de canto de olho para trás, analisando tudo, desde o balançar de sua saia que roçava suas botas, o movimento de seus quadris, aquela boca carmim que contrastava com a pele clara... O róseo de suas bochechas. Por Deus, sem duvida aquela visão mexia com os sentidos do pobre príncipe que já eram visíveis. Sem perceber, vai diminuindo o trotar do cavalo, indo bem devagar.
Era agora, pensava ela. 
Enquanto ele se perdia em devaneios, ela começa acariciá-lo. Primeiro os cabelos, sedosos, perfumados, os ombros largos que mesmo com aquela roupa toda, ficavam torneados e aparentes, mas sua ousadia não tinha limite e ela passa a acariciar seu amado de forma mais ousada, como nunca tinha feito antes, sentindo a excitação do corpo dele já tão evidente. Beijava seu pescoço, sussurrando em seu ouvido palavras doces, com um toque sutil de malicia para que ele a beijasse e sentisse também o calor da pele dela como ela estava fazendo. Ah sem duvida ele estava atordoado. Agora ele entendia que não era raiva o que sentia, era realmente desejo. A textura suave da pele, o arrepio que causava aquela caricia. Doces palavras sopradas ao ouvido intercaladas por pequenas lambidas o deixavam louco. Algumas vezes ele girava a cabeça tocando os lábios dela ate não mais se conter. Desmonta, tomando-a pela cintura dando-lhe um longo beijo. Molhado, demorado, mordido. Em segundos eles estavam deitados na relva abraçados, se amando. Uma fome voraz que eles não conheciam. Em toda floresta, somente um som se ouvia, os gritos e gemidos de um casal que acabara de se encontrar por completo.
Fartos, exaustos, eles ainda permanecem ali, olhando o céu negro coberto por um manto de estrelas e ela, com os olhos brilhantes quase dentro dos dele, sussurra: 

Obrigado!

Espantado ele pergunta o porquê do agradecimento. Um sorriso magnânimo se abre e ela responde:

“Fizeste exatamente o que imaginei. Olhou-me com desejo, beijou-me com volúpia... transbordou de paixão ao me amar aqui na relva. Assim que lhe quero por todos os dias de minha vida e viveremos com certeza, felizes para sempre”.

E eis que, daquela noite em diante, B e o seu príncipe renovaram, seu amor e a cada dia amavam-se de maneira diferente e realmente viveram felizes para sempre, ou pelo menos, até que a morte os separesse ou o tesão se acabasse.

FIM! 




3 comentários:

Angelo disse...

Hahaha... Vivendo em fusão do amor carnal!

Thiago Quintella de Mattos disse...

Muito bom!!! hehehehe adorei a boa adaptação real-literária de Bê de Nê! hehehe

Robs disse...

Bê de Nê, foi a melhor!! huahauahuaa

Postar um comentário