Conto às Avessas - 1ª Parte


Branca de Neve, depois de algum tempo vivendo no castelo, sentia-se um tanto entediada, Seu príncipe não era mais o mesmo, não lhe dava tanta atenção como antes. O tédio era tanto que, se comesse novamente à maça enfeitiçada e ele tivesse que beijá-la de novo, nem um músculo de seu corpo reagiria ao toque dos lábios de vossa majestade. Senhoras e senhores, a coisa ‘tava feia’. Bom, mas vamos lá para mais um dia. O príncipe havia saído para cavalgar, caçar ou qualquer um destes esportes que ele adorava e ela odiava e possivelmente, voltaria quase no final da tarde e lhe daria um simples. “Boa noite amor, estou exausto!”. Jantariam os dois numa mesa de 10 metros de comprimento e iriam dormir. Ah ela nada dizia, mas estava farta daquilo precisava fazer alguma coisa urgente. Amava seu príncipe, mas o tédio que se tornara o casamento estava matando este amor. Ela queria mais, precisava de mais. Foi ai que ela teve uma idéia. Na manhã seguinte, tudo aconteceu como normalmente acontecia. As criadas como sempre absortas com os afazeres do castelo, nem notaram quando ela saiu à tardinha toda encapuzada, deixando apenas um bilhete:

"Fui dar um passeio". Ass. B

Mas seu passeio ia, além disso. Caminhou floresta à dentro até encontrar uma taberna. Ao entrar, deparou-se com outro mundo, que seus belos olhinhos azuis nunca tinham avistado. Pessoas riam e bebiam, as mulheres cantavam alegres, os homens sorriam e os mais ousados, tentavam enlaçar a cintura das damas. Seus braços eram sempre impedidos com um sorriso que ao invés de dizer; deixe-me... dizia: "Agora não, mas quem sabe mais tarde..."

Extasiada, olhava tudo em minúcia. Como ninguém havia tomado conhecimento dela, caminhou bem devagar indo sentar-se nos fundos, de onde podia ver tudo e arriscou pedir uma bebida, onde lá permaneceu perdida em devaneios. Horas se passaram até que anoitece, então, voltemos ao castelo.
O príncipe, ao voltar de suas belas atividades diárias, encontra o castelo no maior alvoroço. Apos ouvir o relato de uma das criadas e de alguns gritos histéricos, monta novamente em seu cavalo e parte a procura de "B", sua esposa... Se é que se pode assim dizer, ah sei lá, nem houve cerimônia. Mas voltemos... Não se sabe ao certo quanto tempo ele cavalgou. Percorreu todas as vilas, todos os cantos da floresta, perguntando a um lenhador aqui outro ali... Uma camponesa, mas ninguém sabia o paradeiro dela. Nada! Já estava exausto, quase desistindo quando vê a taberna e numa ultima empreitada, resolve entrar pra perguntar. Logo na entrada, ele quase não acredita no que vê.
Lá estava ela toda faceira,dançando, sorrindo e, espere... bebendo? Para surpresa de vossa majestade ela, ao contrario do que se espera, ao perceber a presença do seu amado, o olha com o canto dos olhos com um risinho malicioso escondido. Exibia-se, era tratada como uma pessoa comum, uma simples mulher do campo não como uma princesa. Um rubor toma conta da face do príncipe, não sabia ao certo se de raiva ou de êxtase. Ela estava belíssima como ele nunca havia reparado antes. Seus olhos brilhavam de cólera e desejo. 

continua...

NOTA: Aos leitores desta fantasiosa fábula quase encantada, devo dizer que escolhi aqui Branca de Neve, mais carinhosamente chamada por mim apenas “B”, pois era a que mais atendia ao meu propósito, porém qualquer princesa ou mesmo nós, mulheres reais, cheias de vida e transbordando sensualidade, nos encaixamos neste conto.

1 comentários:

Angelo disse...

Hahahah...! Que delírio, Robs!
Ficou engraçada, imagino a continuação. Que imaginação. Ai ai... mulheres.

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