Devaneios em Terceira pessoa


Em verdade , o que ela queria mesmo é que aquilo virasse amor, talvez que fosse apenas da parte dela. Quem sabe?
Mas ela precisava disso... era o que a movia.
Coisas que lhe causavam sensações espalhadas pelo corpo, principalmente a mente.
O farfalhar de ideias , os dedos cocando  pra escrever sobre tudo.
Ele lhe inspirava os mais secretos contos.
Desejos algumas vezes contidos, mas ainda assim,  cheios de certa expectativa e pitadas de luxúria
Ela sabia! Pra ele aquilo não era amor...Era carnal, desejo.
De certa forma, pra ela também, mas ela sempre via um "q " de romantismo.
No seu intimo , ler e lembrar do que ele dizia,  era mais um dos prazeres secretos dela.
Desvendar qualquer mensagem que pudesse parecer subliminar em assuntos tão corriqueiros.

- Que lindo seu cabelo. Adorei assim!- Que saudade de você...

- Gosto de vê-la assim, te sinto perto...-Como consegue fazer isso? Eu já deveria ter ido...!

Ela sorria, embevecida só de lembrar do som da voz dele.

- Gosto do jeito que diz algumas coisas. - Eu também gosto. 

Eles nao tinham nada e ao mesmo tempo, tinham tudo e aquilo, poderia não virar amor, nunca vir a ser amor, mas o fato de fazê-la sorrir, valeria por todo o tempo que isso existisse.

Ela aproveitava os momentos felizes que a vida lhe proporcionava, consciente e (in) conciente, eram momentos felizes.

 

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