Sem título.

Lá estava eu, sentada em minha mesa preferida, do meu café preferido, em meu momento de ócio preferido: Olhar as pessoas à minha volta. E sempre no mesmo dia, lá vinha ela, altiva...mal olhava para os lados!
Parece que fazia questão de passar, esnobar, fingir que nada a atingia.
Vestia-se de preto, couro, batom vermelho! Nem te ligo.
Mas eu cada vez que a via, ousava pensar: puro disfarce!!!
Quando ela passava e eu estava a me perder em meus pensamentos, ficava a imaginar o por quê de tudo aquilo.
Será que teria passado por problemas na infância? Não, não acredito!
Mas eu diria, em uma pequena análise talvez, até porque nem a conhecia que ela fazia aquilo apenas para se resguardar do mundo. EU me basto. Eu me sirvo. Quando na verdade, ela queria dizer ao mundo. Eu estou aqui, me basto, mas preciso de outras coisas, eu me sirvo, mas preciso as vezes também ser servida.
Mas será que eu não estava enganada? E então, como se o céu se abrisse, sim, porque de narrativas lamuriosas o mundo já está farto, uma cena me para:
Lá estava ela quase a dobrar a esquina, com a sua cara de poucos amigos, quando um gato negro e de olhos penetrantes, salta em frente dela, deixando a estática. Pensei, ela vai arremessar o bichano e por alguns segundos pensei em fechar meus olhos..mas não, eu não poderia perder esse desfecho.
Boquiaberta, parei e vi a cena que para mim, dizia: Eu sabia!!
Em um segundo o bicho estava sendo afagado em seu colo, beijado, agarrado e distribuindo lambeijos por toda a cara de batom vermelho dela.
Sim, por trás daquela carapaça sim, existe uma pessoa normal, sensível e meiga que apenas se defendia das tiranias do mundo por que assim era pra ser...

Volto pro meu café e pra outros pontos, quem seria o próximo a ser analisado?

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