Que lhe tomem a chave

Sem duvida, 2018 e 2019, não tem sido anos muito tranquilos, e olhe... um começou agora ou melhor, começa em definitivo, daqui 2 dias, depois do carnaval.
Que tal se fossem reiniciados e tudo que já aconteceu, fosse reprogramado? 
Claro que muitas coisas, não poderiam mudar, mas pensemos apenas no que nos aflige, doenças, perdas, etc. 
Seres humanos, há um tempo deixaram de ser humanos e a grande maioria virou seres medíocres e nada humanizados. 
O ato de viver foi banalizado.. a vida foi banalizada. 
Infelizmente, vejo algumas coisas como um suicídio lento. Ignorante até eu diria. 
As pessoas dormem mal, comem mal, vivem uma vida desregrada e que algumas vezes não lhe pertence. Nada tem dose, tudo e desmedido. 
Come-se muito, come-se nada!
Ok, eu posso dizer que algumas vezes até eu me enquadro nisso tudo, mas vamos fazer uma reflexão dos últimos fatos e reavaliar nossos atos. 
Outro ponto banalizado na vida humana e o tratamento que temos para com o nosso semelhante. Alguns diriam, que semelhante? Sim , senhoras e senhores, esse mesmo que caminha ao seu lado, que frequenta a igreja, os templos, o terreiro junto com você. 
Esse seu irmão de jornada que muitas vezes precisa de cuidados e que você algumas vezes finge que nem vê... 
Tenho visto as pessoas de formas bem variadas nos últimos tempos e confesso, não gosto nada do que os meus olhos estão vendo. 
Não sei se preferia ficar com o véu da ignorância ou perceber a tempo que ao menos eu poderia sair desse meio. 
É meus camaradas, a coisa não anda boa! 

Mas o que eu gostaria mesmo de poder dizer é que , cessem as partidas, fechem as portas do céu, por um tempo. Escondam a chave de São Pedro. Só por um tempo, por favor!!

Congele alguns atos e momentos! Mas a vida continua rapaz e mesmo que não saibamos os por quês, eles continuam ai, se apresentando dia a dia. 

Então por favor, prestem mais atenção em quem está do seu lado. Não honre só pai e mãe, mas todo ser vivo que caminha junto com você. Cuide de seus amigos, filhos! 

Não seja bobo de guardar seus sentimentos, mas os dê pra quem de fato os mereça e os respeite. 

Aproveite cada dia daquele que está ao seu lado e você nem ao menos sabe até quando será... 

Mas tenha a plena certeza, que no dias que essas portas se abrirem para aqueles que lhe são queridos você possa dizer, FIZ UM TRABALHO EXCELENTE e SOBRETUDO, NÃO ME ARREPENDO. 

Esses últimos dias as portas foram abertas para pessoas muito queridas e sabemos que em muitos lugares isso aconteceu com muitas outras pessoas que nem fazemos idéia, mas cabe a nós, agradecer, orar, e pedir que tudo saia hoje e sempre de acordo com a vontade de Deus. 

Essa semana eu ouvi uma coisa " olha, eu ouvi tanta barbaridade, que eu cheguei a duvidar da existência do criador"... 

Alô você, ele existe sim.. e dentro de nós, os fortes e corajosos, os que acreditam que as falhas do ser humano vão ser curadas e todos se tratarão com mais amor e humildade..e não será só um conto de fadas, mas a resposta às nossas lágrimas e orações.

Amém! 



2018, o ano em que tudo aconteceu!

Talvez, o tema da minha escrita, seja um tanto quanto comum, mas digo isso com toda a certeza do mundo, pois foi um ano carregado de muitos acontecimentos.

Uns dentro do esperado, delicado e decisivo, outro nada esperado, mas não posso dizer que ele passou Totalmente "batido". Eu poderia dizer de uma forma nada positiva que perdi muitas coisas: amor, amigos, confiança, meu pai! Mas devo admitir que toda perda acaba sendo um ganho.

Iniciei meu ano, colocando as coisas que me foram explicadas em pratica, digamos que não foi uma coisa muito fácil de ter sido feita, mas era o que tava escrito no script e eu segui à risca. E o que parecia romance, virou drama e logo após as cenas finais, acabou por virar comédia. Eu, em outras palavras apenas diria ou melhor, plagearia um programa antigo e colocaria: . FOI SÓ A VIDA COMO ELA É... então, seguimos adiante.

Em meio à frases do tipo: como você é boba assim? Como você pode me esconder tudo isso? Como? Como? Como?? O advérbio interrogativo de intensidade, virou verbo e eu comi tudo mesmo!

Saí da academia, fui cuidar de outros afazeres e subi na balança, isso!! Subi mesmo....

Aí, como disse certa vez o sábio Rei que uma época habitou o meu reino, o que não te mata te fortalece! O que não mata, engorda..( voltamos novamente ao aumento de peso) Estou começando a acreditar em ditados de uma forma nada positiva.

Com isso, perdemos duas coisas ao mesmo tempo, diria 3: amor, amigos e confiança! E ganhamos mais algumas: experiência, mais experiencia e mais um ditado: Eu te avisei!

Vira-se a página segue adiante , porque pra quem mole tudo fica pior e blablabla!!

Passaram-se os meses, o coração estava sendo colado, afinal, não era a primeira vez certo? Com o passar do tempo, adquirimos certa prática e deixar pra lá e vira um hábito.

Uns dias são mais bravos , putos mesmo por ter tentado preservar algo que não tinha o que fazer, mas isso ficou lá nas laudas passadas, o tema agora é outro.

Maio, a vida começa dar sinal de que vai ficar complicada, a sensaçao de impotência e medo, começa a tomar conta da minha cabeça e ao longo de 40 e tantos dias as coisas foram ficando mais e mais complicadas e mais um ditado é colocado em prática, A VIDA É UM SOPRO...

Ele foi-se embora, mas antes ficou me mandando ver resultados de jogos de bicho, guardar joias e falar do Rolando Boldrin! Dizia que iria me bater , te sento a mão moleca...! okok eu dizia... chorava , sorria, ficava firme..

Não vou dizer que foi fácil, ahh não foi mesmo. As pessoas não acreditavam nele, porque ele sempre foi muito dramático, quase me matou de tanto stress, porém eu sabia, era verdade! Mas eu tenho plena certeza que dei o meu melhor. Aliás eu dei meu melhor nos dois casos, pois eu não sei ser metade!

Então, ao longo dos meses seguintes, o boliche foi acontecendo e alguns pinos foram caindo pouco a pouco. A certeza deu lugar à desconfianças, alguns alicerces foram abalados, mas isso tudo fazia parte do crescimento, do MEU crescimento.

Hoje, posso dizer que estou mais forte, não menos machucada pois algumas feridas são estranhas e as vezes um tanto mais profundas, mas ENTRE OS MORTOS E FERIDOS, alguns foram salvos, outros esquecidos e outros simplesmente guardados naquele canto da mente que uma certa vez escrevi sobre, todavia confesso que não lembrarei agora.

A  mente humana funciona de uma maneira que não sabemos algumas vezes como processa determinados fatos, mas vamos vivendo aprendendo. Aprendendo e vivendo..

Dizer que não amarei mais? Balela, dizer que apaguei fatos da mente? Balela...dizer que fiquei mais quieta e desconfiada, CERTEZA!!

Meu blog, depois de 374 dias, não recebeu uma história de amor, nem um conto macabro, nem uma poesia barata!

Ele recebeu a minha vida, diante daquilo que sempre fui para todos e sempre procurei demonstrar... A VERDADE, NUA E CRUA!

Eu juro solenemente, que em breve volto a colocar nesse espaço, sonhos, amores, brincadeiras e piadas, mas hoje... hoje estamos apenas falando sobre um 2018 cheio de acontecimentos e esperando que tenhamos um 2019 repleto de coisas boas e novidades! Quem sabe!?

"Em determinadas situações tu deve ser se apresentar como tu és HUMANA".


Uma noite, alguns dias!

Sentada em um café, eu pensava que tudo que eu precisava era aquilo, cidade pequena, pitoresca, sol e apenas o barulho dos meus pensamentos e dos pássaros cantando.
Não existia lugar melhor que aquilo. Tudo era tão perfeito que parecia que estava num cenário de filme antigo.

A exploração de cada ponto, cada jardim cada loja de quinquilharias fez o meu dia o melhor de todos. Olhava para minha xícara de café com bolo de fubá e pensava: Que mais preciso eu da vida? Mas confesso que havia demorado muito para que eu chegasse naquela estagio. Talvez quando se toma coragem de tomar a decisão mais acertada e mais dolorida na vida te faz mais leve, mais resiliente. Afinal, essa era a ideia do mundo moderno, RESILIÊNCIA!

Espanto o pensamento para longe e vejo que nem sabia mais quanto tempo já estava sentada naquele café, só sei que café não dava mais para tomar e peço o cardápio para ver as bebidas, confesso que tomaria um dos famosos drinks da noite paulistana, mas aquilo chocaria a região e merecia que fosse algo tão gostoso e tão singelo e que, sobretudo,  não ofendesse àquela realidade cinematográfica. Acabo por pedir um coquetel da casa que para minha felicidade, veio tão maravilhosamente apresentado que um foi pouco!

Uma música bem suave vinha da praça. Que cenário! Se fechasse os olhos, talvez eu me imaginasse num clima de filme de época.

Depois de uns 3 coquetéis maravilhosos que nem ousei perguntar o que havia nele, resolvo que era hora de descansar um pouco, mas algo me impedia, como se eu não quisesse sair dali para não perder nada de tempo, porém aqueles inofensivos coquetéis com seus guarda-chuvinhas tinham me deixado bem alegre.O caminho para o hotel era bem tranquilo, mas talvez o efeito do álcool tenha ativado o meu pensamento que se volta novamente às semanas anteriores. Ah coração bobo, coração mole... como já dizia a música. Mas uma vez ele tinha me pregado uma boa peça. Mas eu sabia que era só uma questão de tempo para tudo voltar ao normal, um período de readaptação de ideias. Muitas vezes é bem melhor se retirar enquanto se tem certa dignidade do que esperar para sair no meio do redemoinho. Levasse o tempo que fosse, as coisas voltariam ao normal.

E a noite e o dia seguinte passaram num piscar de olhos, mal tive tempo de pensar no vilão da minha mente. E nas minhas idas e vindas, ao cair da tarde, notei um pequeno alvoroço na praça e fui também ver o que se passava e lá estava a se apresentar um rapaz, voz ,violão e um chapéu, seu cantar era tão melódico e envolvente que não pude deixar de parar para ouvi-lo. Que delícia... A voz era melodiosa, algumas vezes cadenciada...Nossa!

Nem me dei conta que sentei e apoiei a cabeça nos joelhos e fiquei ali a me deliciar com o som que me enchia o coração de paz e os olhos de água. 
Água essa que lavava a minha alma e regava um sentimento chamado esperança. A mesma água que regou a flor por meses a fio até perceber que ela só respirava por aparelhos! 

** “... não é por não querer te ver, nem é por não gostar, mas acho que é melhor cuidar do que sobrou...”

Ele tinha toda razão! Eu havia feito o certo! Agora era virar a página, ver o estrago e resgatar os feridos e ver que a vida continuava.

Nem havia me dado conta que a música tinha acabado e a tarde virado noite e nem tampouco me dado conta que não estava sozinha. Ao voltar de meus devaneios, viro para lado e alguém me olhava.
 
- Bem-vinda ao mundo! – Disse ao sorrir e ver que eu praticamente saía de um transe.

Como ele sabia que eu estava de volta à civilização? Apenas sorri meio sem jeito e aceito a mão que me estendia para levantar.

- Achei que iria se transformar em patrimônio da cidade como aquele lá. – Aponta para uma estátua de um senhor que deveria ser  seu fundador.

- Não, de forma alguma! – Sorri ainda limpando os olhos.  

- Um café?

Não sei dizer quantos cafés tomamos, quanto do acervo do músico ouvimos, pois, toda tarde voltávamos àquela praça e a cada dia eu ficava mais convencida de que os acasos, são e serão sempre umas das melhores surpresas da vida! Aquela foi de fato uma noite, que durou dias!




Notas do autor:

*O título desse conto é em  homenagem à uma canção que adoro muito de um amigo querido, inclusive já fiz até uma lousa com essa letra, ouvindo a canção quase no fim do conto,  acabou coroando o desfecho da minha escrita. Devo dizer que já me inspirei outra vez em uma canção dele que também me rendeu um conto.
** O trecho da música que transcrevi chama-se "Espera" e também virou uma das minhas preferidas. #viniciusdiaszurlo

Desarmada

E quando ela se enchia de coragem e iria dizer: 

- Estou indo embora... 

Ele virava e espichava aqueles lábios a formar um sorriso e todas

as forças que ela tinha de reserva lhe escorria pelo canto dos olhos! 


Da série: Divãs

O que tem feito do seu jardim?

- Continuo regando a mesma flor.

Houve algum progresso?

- Algumas vezes penso que ela só respira com a ajuda de aparelhos...


Cada pai é um herói, escolha o seu!

Há exatamente, 3 anos escrevi sobre o dia dos pais e relendo, percebo que pouca coisa daquele post mudou, algumas foram muito significativas, pois temos mais pais habitando o mundo agora.
Claro, digo dentro da minha humilde família. Seguirei com o link abaixo para relembrar.
Começo pelo meu, que igualmente, ainda me dá trabalho as vezes menos noutras mais, mas como o tempo está passando, tenho tido cuidados redobrados, pois o problema de umidade dele..(umidadeavaçanda) está ficando meio intenso, mas esse é o meu fardo, minha lição, meu aprendizado e vamos seguindo.
O patriarca da minha família, O velho Luiz Dentello, segue firme e forte, com lampejos de marrudices o que também disseram que é da idade, e eu, sigo acreditando.
O homem das asas continua voando, nunca mais nos vimos, apenas nos falamos sempre que podemos, mas eu cá ele sabe deus em que parte do mundo como sempre. Continua pelo que sei, bom pai e péssimo em outros quesitos,  mas eu tento fazê-lo enxergar o melhor.
Meus primos também são bons pais, meus sobrinhos mantém-se no posto firmes e fortes e novos sobrinhos ganharam seus pequenos. Meus tios, devo dizer que pertencem à uma geração meio equivocada, mas fazem o melhor que podem dentro do que eles acreditam que seja o correto.
Enfim...
Bom, o rei nunca mais deu o ar da graça, acredito eu que ele continua com a mesma vida na mesma cidade mas tomara que pelo menos, não escravo do que ele pensava ser certo. Nunca o julguei, nem seria agora que o faria, portanto... apenas continuo à narrativa.
Meu irmão agora é pai... e que pai!! Grande e forte , devo dizer e me deu o melhor presente de todos os tempos, meu querido Felipinho! Veio realmente de encomenda porque é um danado.
Meus amigos, alguns claro, continuam pais excelentes e desejo óbvio, que se mantenham assim para todo o sempre. Conheci novos pais que me fizeram pensar que graças a deus, o mundo em parte mudou e alguma coisa ainda tem cura.
Talvez o que mais me chame atenção "nesses" pais que conheci , seria sem sombra de dúvida o amor incondicional pelos filhos, o cuidado, o carinho, o respeito e sobretudo os valores que ensinam.
Cada palavra, cada gesto me remete a pensar em uma só coisa: Gratidão! Admiração!
Os meus olhos, brilham com o reflexo do brilho que vejo nos olhos destes pais. É lindo de se ver.
Hoje, estou um pouco estranha para escrever coisas assim, por outro lado, eu sou estranha e muitas vezes penso que vivo em um mundo totalmente fora da realidade, por isso não tenho nem que reclamar, sou eu e fim.
Eu confesso que é muito ruim escrever determinadas coisas sem poder dar nome aos bois, digo, aos pais, mas tenho plena certeza que eles saberão que algumas destas palavras mesmo sem nome , tem direção certa.

Aos pais heróis, aos pais esportistas, aos pais que são mães, aos pais apenas pais,aos pais espirituais... meus parabéns, que Oxalá os proteja sempre!!




http://sitdownhistory.blogspot.com.br/2014/08/dia-dos-pais.html

ps. eu escolhi esse pai herói capitão América porque eu quis, simples assim!

Um conto do destino - parte 2

Os dias se passaram sem muito esforço, ora eu acordava feliz e contente, ora eu me afundava na poltrona da biblioteca e morria de chorar e assim se seguia.

Em algum momento,  tudo aquilo iria passar.

Aquela era a manhã que eu acordava desmaiada para o mundo e estava no lugar que se tornara meu "reino".

Afundada naquele divã, eu olhava tudo com mais detalhe nos últimos dias. Nem a composição dos móveis mudei e nem sequer, lembrava as vezes que tudo estava como os antigos donos haviam deixado. 

-Era um casal que morava aqui, eram apenas os dois. Viveram juntos até o fim. Vais gostar de tudo, tem um amplo jardim e a vista da biblioteca, dá para as montanhas. Precisava ver que lindo. 

No dia que o corretor me disse aquilo , mal tinha condições de ouvir tudo com atenção, só queria que  acabasse e ele fosse embora para que simplesmente, ficasse sozinha e colocasse a cabeça para descansar. Nunca ao menos havia olhado a janela como deveria.

Chega! Aquilo tinha que acabar.

Levantei e abri a janela com tudo. O sol estava se pondo e felizmente, atrás daquela montanha realmente linda que eu colocava os olhos pela primeira vez de verdade.

Como poderia ficar imune aquilo? Como poderia deixar esse milagre da natureza passar desapercebido e não viver?

O mar era lindo? Sim... mas tinha ficado para trás junto com todo o resto da vida que ela um dia teve agora tudo mudava e as coisas tinham que seguir adiante.

Um barulho me tira do devaneio, era o celular que mal havia pego no tempo que estava ali, aquilo também fazia parte de um desapego. Corri para atender e nem olhei direito quem era. 

- Alô! 

- Pelo amor de Deus onde você anda? - Gritava a voz do outro lado. Então percebi o que quanto me afastou do mundo e que tinha trabalho a fazer. 

- Olha, ando do quarto para sala , da sala para a biblioteca e desta para o quarto... sem contar pequenas paradas no banheiro, cozinha, essas coisas. 

- Acha que estou rindo?

Não, eu não achava e ele estava certo. Esqueci o mundo, meu trabalho, responsabilidades, a civilização. 

Ele desanda a falar tudo que precisava  e diz, você tem 15 dias para terminar a revisão e me entregar tudo, dizia entre gritos e risos de nervoso. 

- Ok, ok Bernard. Vou terminar, eu prometo capitão! 

- Não vou tolerar suas ironias ouviu? Não me deixe mais preocupado  , senão eu vou atras de você com um chicote. 

- Não vou mais... - o telefone é bruscamente desligado. Tá tá... excêntrico, chato,mal amado! Mentira!! hunffff... Você tem razão, mas só admito por que desliguei, vamos trabalhar! 

Pego o notebook, sento novamente na minha bela poltrona, mas antes resolvo fazer só mais uma coisa... 

- Vou mudar tudo!

Tiro armários, livros, tapetes, quadros, porta retratos , vasos, luminárias.  Quando terminei, olhei tudo com ar de desgosto. 

Puxa vida, aquele casal sabia como deixar tudo de uma forma tão graciosa que como era iria mudar tudo de uma vez assim?

Enquanto olhava o móvel pego o porta retrato deles na mão. Era uma foto bem antiga, uma bela moça com um vestido branco, um  laço de fita na cintura, ele com uma camisa engomada, um terno antigo. Como eram lindos! Os longos cabelos dela, contrastavam com os cabelos castanhos dele, espesso.. um bigode bem peculiar naquela época. Embaixo, pequenos dizeres... " Foi nesse dia que te toquei pela primeira vez..." 

Me sento perdida em pensamentos olhando aquela foto, Que amor era aquele? Que amor havia sobrevivido a tudo e a todos? Como alguém poderia viver anos no mesmo lugar, com a mesma pessoa?

Uma crise de choro me invade que adormeci de tanto chorar. 

Mal sabia quanto tempo havia passado ali dormindo, só olhou o relógio, viu que ainda era madrugada, puxou a coberta e voltou a ficar ali , no divã até o dia seguinte.

Continua...