Divã em série


- Mas então, como você acha que ele te vê? 

Silêncio....

- Acho que de uma forma normal.

- E como você lida com isso?

- Como se eu regasse uma flor todos dias...


A primeira vez...

Convido meu leitor a ler essa pequena narrativa e a seguir, ouvir essa música que me motivou a escrever sobre isso...

Feche seus olhos e volte a uma pequena cidade perdida no tempo.

Era uma típica noite de sábado e todos estavam às ruas, famílias inteiras, casais a namorar. 
O tempo passava devagar para aquele pessoal simples se divertindo na praça.
Uma praça, um coreto, uma pequena igreja com sua torre iluminada, uma fonte!
Uma leve brisa pairava por aquela noite de verão.
O pouco que soprava, misturava aromas de comidas variadas, doces, salgados, bebidas... mais à frente, perfumes! Doces, amadeirados... flores sem fim! Haveria cenário mais bucólico?
Em meio as mais variadas barracas de guloseimas e brincadeiras, as crianças corriam displicentemente. Gargalhavam sem pensar em mais nada.
Ao lado da fonte um senhor sorridente tocava seu realejo... “ quer saber sua sorte ? ” E piscava para seu pássaro que olhava a todos como se  tudo entendesse... ouso dizer senhores que ele entendia mais do que se passava ali do que qualquer um.
Em um canto mais reservado da praça, vinham nossos personagens principais, caminhavam como se o mundo parasse ao redor deles e nada e nem ninguém estivesse ali. O momento era deles...
Estranhamente, caminhavam lado a lado, mas não se esbarravam tanto. 
Ele, elegantemente vestido para ocasião, com sua camisa estampada e seu terno abotoado, lenço na lapela, cabelos longos, bem penteados. Um perfeito cavalheiro com sua singela displicência de cores.
Ela, um deslumbre de guria.  Seus cabelos soltos em longas madeixas, caiam pela renda do seu vestido levemente acinturados, com um laço de fita azul. Seus olhos reluziam de contentamento.
Tudo seguia normalmente e pasmem, não sei como achavam tanto assunto em meio a dezenas de:
– Boa noite Senhores! Boa noite Senhoras!
 Eles iam caminhando e rindo, sorrindo e caminhando... na ordem que mais apreciar o leitor.
Comiam tudo feito duas crianças, doces, salgados refrigerantes... vez ou outra tocavam-se. Mas era pequenos esbarroes, quase imperceptíveis. Mas tão significativos que o mundo parecia parar.
Em meio a caramelos e guaranás,  param para a pose do lambe-lambe! Um chapéu arranjado, um ramo de flores artificiais e estava lá aquele doce momento eternizado.
Em determinado instante, ele olha para o lado e corre a puxar a mão dela, que se surpreende com o gesto. Para em uma barraca de brincadeiras e já joga uma argola e seu prêmio nada mais é que um porta retratos. Em segundos ele abre e coloca a foto acabada de tirar e tomando-lhe as mãos entrega o mimo dizendo... - Agora sim, nosso passeio está completo! Eternizado.
Daquele momento em diante, numa das mãos ela carregava seu presente e na outra mantinha a mão dele bem presa para nunca mais soltar.
Anos depois na casa que fora deles, uma pessoa descuidada deixa cair o velho porta retrato, fazendo com que seu vidro se quebrasse e a foto caísse para fora. Atrás, os pequenos dizeres:


Este foi o dia que peguei em sua mão, pela primeira vez. “ Com amor...”



*https://soundcloud.com/viniciusdiaszurlo/paquerinha-vinicius-dias-zurlo










Sem título.

Lá estava eu, sentada em minha mesa preferida, do meu café preferido, em meu momento de ócio preferido: Olhar as pessoas à minha volta. E sempre no mesmo dia, lá vinha ela, altiva...mal olhava para os lados!
Parece que fazia questão de passar, esnobar, fingir que nada a atingia.
Vestia-se de preto, couro, batom vermelho! Nem te ligo.
Mas eu cada vez que a via, ousava pensar: puro disfarce!!!
Quando ela passava e eu estava a me perder em meus pensamentos, ficava a imaginar o por quê de tudo aquilo.
Será que teria passado por problemas na infância? Não, não acredito!
Mas eu diria, em uma pequena análise talvez, até porque nem a conhecia que ela fazia aquilo apenas para se resguardar do mundo. EU me basto. Eu me sirvo. Quando na verdade, ela queria dizer ao mundo. Eu estou aqui, me basto, mas preciso de outras coisas, eu me sirvo, mas preciso as vezes também ser servida.
Mas será que eu não estava enganada? E então, como se o céu se abrisse, sim, porque de narrativas lamuriosas o mundo já está farto, uma cena me para:
Lá estava ela quase a dobrar a esquina, com a sua cara de poucos amigos, quando um gato negro e de olhos penetrantes, salta em frente dela, deixando a estática. Pensei, ela vai arremessar o bichano e por alguns segundos pensei em fechar meus olhos..mas não, eu não poderia perder esse desfecho.
Boquiaberta, parei e vi a cena que para mim, dizia: Eu sabia!!
Em um segundo o bicho estava sendo afagado em seu colo, beijado, agarrado e distribuindo lambeijos por toda a cara de batom vermelho dela.
Sim, por trás daquela carapaça sim, existe uma pessoa normal, sensível e meiga que apenas se defendia das tiranias do mundo por que assim era pra ser...

Volto pro meu café e pra outros pontos, quem seria o próximo a ser analisado?

Hoje me deu saudade!

Nos conhecemos em março de um ano qualquer, nesse momento não me lembro, mas uma coisa naquele dia ficou bem claro, A reciprocidade do carinho e da cumplicidade de amigos. E assim, fomos durante 5 anos.Pra mim, eras quase um irmão, aquele que eu contava meus tormentos, minhas alegrias e sobretudo minhas cagadas e as inúmeras vezes que eu permiti que partissem meu coração e das vezes que tentei colar o teu quanto tu fazias das tuas. Nunca vou negar que tua amizade me trouxe ótimos frutos, amigos, passeios, afinal, me levasse a conhecer dois lugares que quis muito. Me preparou jantares e me levou ao teatro. Enfim, foi uma parceria boa. No dia que me disse que tinhas feito uma escolha, porque sua nova namorada não gostava de mim, pois eu era amiga da sua ex e olha que eu tentei, ouvi cobras e lagartos dela, apenas pra tentar amenizar tudo...ah nesse dia, quando me disse " eu tenho que fazer uma escolha, doa em em quem doer"..eu chorei, chorei por horas. Sofri porque eu não entendia isso, mas a vida tem dessas coisas. E decidi que eu não iria mais chorar, e não fiz! Até hoje, onde vi uma foto de nossa viagem. Meu deus, que saudade me deu e que falta as vezes tu me fez. Por meses, você sumiu da minha cabeça e nem nas minhas orações eu te inclui. Mas hoje...tudo que eu posso fazer é orar pela tua saúde e pela sua felicidade, tal qual eu fiz por anos.
Porque abriu-se um buraco no meu peito que eu nem sei porque ainda não estava cicatrizado. Seja feliz pra sempre.

Uma rosa com botão desativado.

Se tens 1% se dúvida é melhor repensar e ver se vale a pena.
Muitas vezes, você acha que algumas coisas valem a pena, mas de repende, tudo cai por terra e você é estranhamente sacudida para cair uma realidade que não estava contando, ou , na verdade, até estava mas não queria admitir.
Algumas vezes a resposta às tuas orações não vem como você quer, aliás, devo dizer que ela nunca vem como você quer, porque na verdade, tu não tem nem maturidade e nem tampouco entendimento para perceber que  que se quer não é o que se tem e o que sem tem, nem sempre é como você quer.
Todos dizem que eu falo muito da minha vida, ah eu falo sim! Ainda não aprendi que os ser humano hoje não quer que você seja feliz ou se dê bem em alguns campos e ouso dizer que algumas raras vezes nem o principal envolvido quer.
Claro que isso é inconsciente, nem sempre ele percebe o quão idiota está sendo e se boicotando.
Muitas vezes você rega , rega a flor e aquele solo pra ela não é fértil e então, a semente vai para outras paragens. Levadas pelo vento quem sabe e floresce...ah linda e bela.
Mas um dia quem sabe você acerta... aduba direito, escolhe a semente direito. E ela também claro, aceita teus cuidados.
Não desanime diz uma voz lá no fundo...um dia, tudo muda.
Quando tu menos esperar, as coisas viram pro lado certo e terás um imenso jardim.
Enquanto isso..,
Não sei ao certo dizer o que fazer enquanto isso, porque não to conseguindo raciocinar direito.
Quando ouvi essa semana " Tu terás a resposta" confesso que um pouco de mim, ainda sonhava que poderia ser como eu idealizei.

Mas sigamos, firmes e não tão fortes por algumas horas, mas em breve normal! Como sempre...

Digamos que o botão da rosa estão sendo desativado!

Meu blog entrará em estado de hibernação por um tempo , mas sei que ninguém o lê mesmo, então, nem precisa que seja dito.


Resiliência é a palavra que está sendo um tanto cruel comigo, mas...sei lá;

Não ser, ESTAR!!

Sim, hoje tem texto no blog sim!!
Afinal de contas, é um dia de renovação e as linhas da vida são renovadas a cada dia, a cada segundo.
Hoje tens um momento que é único, amanhã ele será outro, é assim que funciona o relógio do tempo que habita em nós.
Se ontem, disseste que, a felicidade do outro era também a sua, por que cargas d’agua hoje seria diferente? Porque claro, ontem a felicidade do outro foi incluída como parte da sua. Pensamento egoísta nosso de cada dia....!!
Em alguns dias claro, somos mais altruístas que o outro, isso é inegável. Mas nem sempre isso é além de louvável, seguro e correto!
Alguns dias são seus, somente seus! Suas dores, seus conflitos e sobretudo a sua felicidade.
Eu não sou feliz, eu estou feliz! São coisas totalmente diferentes e em alguns dias simplesmente não estamos. Eu, por feliz ou infelicidade, que para mim, na verdade é apenas uma questão de sufixo, alguns dias estou mais que outros, é normal.  Isso pode apresentar picos. Digamos que alguns dias testamos o "eletro" da felicidade onde ela atinge picos absurdos e em questões de segundos, cai aos teus pés e requer todo um tratamento.
Ai que vem o post de pascoa! A Páscoa é o renascimento de Cristo. Ele fez isso no domingo, três dias após ser crucificado, uma única vez. Claro que não cabe comparações, mas no mundo que vivemos hoje, isso é feito dia após dia. Caindo, crendo e se levantando. Esse foi mais um dos dons que ELE nos deu. A renovação diária.
Nem todos os dias ESTAREMOS felizes, mas podemos fazer com que fiquemos, pela capacidade de se reinventar todo tempo.
Digamos que eu ontem, testei isso em mim. Algumas respostas ainda não vieram, mas é perfeitamente normal, pois como me disseram esses dias “ nem uma folha cai sem que o vento sopre, o galho seja balançado e sobretudo, Deus queira que isso aconteça”... claro que as palavras usadas foram mais ou menos assim, mas é a verdade nua e crua.
Moral da história: renasça, floresça, reinvente-se a cada dia. Em um tu vai deixar cair lagrimas de emoção, de felicidade e em outras, pode ser de tristeza, porque não? Somos seres humanos! Importante que a cada dia seja um dia! Lindo, abençoado e sobretudo renovado.

Que todos hoje estejam felizes! 

De substantivo a verbo

Hoje, se me perguntassem, do que tenho saudade, eu diria:
Tenho saudade de escrever historias de amor , crônicas , percepções... Mas todas de amor! 
Romances das minhas vampiras, dores que eu mesma passei, paixões avassaladoras que eu encontrei, perdi..achei. Guardei. 
Eu escreveria sobre a lua... tão bela, clichê, cheia! Abençoada! 
Ah eu falaria sobre os olhos.. não só os que completam o rosto, mas o que olham através da alma. 
Azuis, verdes, castanhos...sinceros! 
Sobre espinhos, que te podem proteger e até mesmo te ferir dependendo de como o encontra. 
Das nuvens, como eu poderia esquecer. Minha paixão de voar de dia vem das nuvens, tão lindas, perfeitas e milimetricamente desenhadas. Plumas...
Do meu desejo incontrolável de conhecer a Itália. Esses dias me peguei pensando que eu não quero mais conhecê-la sozinha, queria que alguém me mostrasse. Com os olhos de quem já viu, sentiu, amou tudo aquilo como eu quero amar. Quem sabe um dia sonhar seja permitido e sobretudo, realizado? 
Falaria das lágrimas que as vezes molham meus olhos só em pensar em algumas coisas que me fizeram, fazem feliz. 
Pensaria nos teus cabelos enroscados nos meus dedos e no perfume que poderia sair deles... tal qual escrevi várias vezes em minhas crônicas. E o tiraria do papel, do enredo e o colocaria bem aqui, do lado esquerdo...ora machucado, ora fechado, em alguns raros momentos esperançoso de que um dia, num futuro não tão distante, viesse a sair de páginas amareladas de livros e folhas riscadas de caderno, e habitasse tão somente, a minha vida. 
Ah se me fosse permitido não só criar, mas sim perpetuar.