Um desafio para Charlotte

Tanto tempo havia se passado que mal se lembrava de todos os acontecimentos de sua vasta existência. 
Não, estava mentindo. Séculos passavam pela sua mente em fração de segundos e ela mentiria descaradamente se dissesse não lembrar de nada. Coisas ficavam adormecidas, mas nunca esquecidas, bastava uma fagulha pra incendiar pensamentos. Assim ela caminhava noite a dentro, pensando e repensando fatos que teimavam em rondar sua mente secular. Inacreditável como ainda era encarada com admiração e medo por todos que cruzavam seu caminho. Isso porque há muitos e muitos anos as pessoas não falavam sobre coisas do tipo que ela era, então mal notavam.  Com uma beleza enlouquecedora e olhos mais negros que a noite, ela caminhava absorta e digamos até desatenta com tudo à sua volta. Captando apenas alguns olhares furtivos enquanto ela passava.

- Vontade de saltar até a torre mais alta e escura e observar as estrelas de uma forma que só os antigos sabiam. (dizia ela a si mesmo) - Mas na falta de torres de observação, fico por aqui mesmo. (diz já puxando uma cadeira numa mesa num conhecido Bistrot que ala frequentava, onde o garçom vendo-a, já vinha trazendo uma taça de vinho tinto).  - Merci.

Toma um gole do vinho, voltando aos seus devaneios. Felizmente, a vida se assim  pode dizer, sempre lhe fora generosa e sua falta de decoro em alguns negócios nunca fora um problema pra ela, afinal, esse era seu maior trunfo, persuadir pessoas e tomar aquilo que queria pra si.
Sapatos caros, roupas, bolsas, viagens, as melhores bebidas. Todas companheiras inseparáveis durante todo aquele tempo. Casos passageiros, sexo sem compromisso. Sorri ao se lembrar de quantos levara pra cama com uma lábia que só os da sua família possuíam. Homens, mulheres, homens e mulheres que se amontoavam em seu leito se deleitando em prazer e bebida.  Ao amanhecer, alguns jaziam sem vida e outros, poupados, mas com uma mente sem lembranças. Vazio.
Mas o que era isso pra ela? Nada! Desde que ele a deixou, nunca mais foi completa. Seu coração sem vida havia se fechado para sempre e as luzes daquela cidade sempre lhe traziam lembranças.

- Mas que tola estou sendo. *vira os olhos em sinal de desaprovação aos seus próprios pensamentos* 

- Mon amour fatalmente me recriminaria por pensamentos tão tolos e pior, ainda diria que nada como uma boa dose de sexo regado a muito champanhe para dissipar os pensamentos.

- Eu concordo. Sexo e champanhe são combinações perfeitas para uma mente em conflito...

A voz doce e metálica, surgira por de trás dela sem que ao menos ela percebesse tal aproximação. Realmente, estava se tornando uma tola. Uma velha tola e desatenta.  

-  O que pode se tornar ainda mais conflitante, pois nunca se sabe o resultado de tal ato. – Diz virando-se devagar e graciosamente. Mas tamanha é sua surpresa que seus olhos de predador a traem e brilham mais que as estrelas do céu. Em segundos ela o mede, sua pele morena brilhava à luz da lua. Seus olhos castanhos eram de um brilho e de uma força que ela nunca vira igual, ou melhor, só uma vez em séculos. Cabelos negros e levemente compridos, denotavam sinal de displicência e charme. Ele era alto e nem seus sapatos de saltos altos feito sob medida para seus pés, ficavam a altura do estranho a sua frente.

- Explique-se. *diz o homem que sem cerimonias, já puxava uma cadeira para sentar-se*.

- Ora Cavalheiro, não há muito que explicar, as conclusões são obvias como equações matemáticas. 

  Ele arqueia a sobrancelha esperando que ela explicasse melhor. Ela impulsiona um pouco o tronco para frente e diz com a voz calma e melodiosa.

- Simples. Sexo, tal qual a champanhe, seduz e inebria. Para uma mente cheia de dúvidas isso pode ser uma arma e tanto. *ele esboça menção de falar, mas ela o cala com o dedo* - Escute, digamos *falava pausadamente* que tenha sofrido algum dissabor seja ele de qualquer tipo, e convida ao seu leito, mulheres ou uma mulher, para se distrair, achando que seria só mais umas ou uma, que seja, tudo isso regado ao champanhe mais caro e mais gelado que existisse no mundo...
 Ele a olhava atento, sem perder nenhum gesto dela.

-...Então percebe que tudo ali está tão delicioso e perfeito, que seus dissabores se dissiparam por completo, aquela mulher ou aquelas mulheres *sempre dava ênfase no plural* foram tão boas, tão sexy's e tão certas quanto as bolhas do champanhe. E ao amanhecer, você só consegue pensar em como aquela morena de olhos profundos tinha uma bela boca carnuda que fazia coisas que nem sonhava quanto aquela loura, estonteante, se movia como uma sílfide dançando em cima do seu corpo.

Ele a olhava com lábios semicerrados, tentando esboçar alguma reação e quando decide falar, ela novamente o encara dizendo...

- Aí, vai chegar a seguinte conclusão com a tamanha dor de cabeça que o perseguirá durante todo o dia, pelas inúmeras garrafas consumidas durante toda essa orgia: Seus dissabores se foram, mas a combinação de álcool e sexo em excesso são bem mais confusas do que parece e as vezes, mandar matar alguém é bem mais simples. Tenho ou não razão senhor...?

Ele joga a cabeça pra trás gargalhando muito alto enquanto lhe estende a mão para cumprimentá-la.

- Sinceramente Senhora, seus argumentos são dignos de uma sessão em um tribuna, eu só não gostaria de ser o réu. Prometo que vou me lembrar disso na próxima vez que levar pra minha cama, mulheres e garrafas de champanhe. Se bem...* franze o cenho* ... que não me recordo de ter em meu leito mulheres e garrafas, no máximo uma de cada. Devo pensar sobre o assunto? - Von Colt, Gabriel Von Colt.

Gabriel, Gabriel. Ela repetia pra si. Já o tinha visto? Não, ela se lembraria, pois só em um ser no mundo ela tinha visto cabelos tão negros e olhos tão profundos. Seu amado marido, Raphael. E aquele homem, se ela já o tivesse conhecido, com certeza se lembraria.

- Charlotte Simmons.

Ele se endireita na cadeira e leva a mão aos cabelos num gesto de desaprovação. – Perdão pela minha falta de jeito senhora. *levanta-se de repente*. Eu nem fui convidado a me sentar e já fui logo lhe questionando e o pior, sentando-me sem sua permissão. Mas falava com tanta convicção e paixão, que não resisti.

Pela tumba da minha rainha, quem é esse? Chego a salivar e o liquido negro em mim, posso jurar que quis mudar a temperatura.

- Por favor Sr. Von Colt, sente-se e se não for ousadia minha... Beba comigo. Mas devo alerta-lo, desta vez, sem champanhe. Acho que dei argumentos suficientes para provar que as bolhas as vezes nos traem. Concorda?

- Em gênero, número e grau Sra Simmons.

- Charlotte apenas, por favor. *sorri com um aceno leve de cabeça*

- Então, Charlotte apenas, posso pedir mais uma taça de vinho?

Intrigante. Já andara por aquela cidade, milhares de vezes. E nunca tinha visto essa criatura que do nada lhe aparecia na frente. Humano. Sangue corria quente pelas suas veias. Perfume quente e inebriante. Quem borbulhava agora era minha mente e não o champanhe. Mas ele não oferecia risco para mim, eu sim a ele. Ou estaria enganada?

- Até a garrafa...


Desafiando lógicas, as minhas lógicas


Muitas vezes pensamos que, a lei da vida é aprender e seguir adiante, porém posso garantir que muitas vezes desaprendemos. E ouso dizer que não é porque queremos não, mas sim, por uma simples logica: a da sobrevivência.
Quando criança, começamos nos ciclos básicos: come-se, anda-se, fala-se... vamos pra escola e ai começa nossa guerra particular. Aprendemos a lidar com os amigos que ao longo dos anos vamos conhecendo, aprendemos a lidar com a intransigência, com a adversidade e nem sempre, somos bem sucedidos. Algumas das muitas situações que passamos ou vamos fingir que não existiram ou simplesmente, dizer... “Pode melhorar”.
Então, vem o desafio da profissão. Honro quem trabalha com o que ama, tem ferramentas pra isso e não reclama nem um dia sequer que é infeliz. Eu, hoje posso dizer que parte daquilo que eu faço é o que descobri que gosto de fazer. Aprendi a gostar de tudo isso e se assim me for permitido, não quero trocar, ao contrário. Quero bem mais.
Então, ainda lá atrás quando crianças, aprendemos também a amar, como posso me esquecer disso. Amamos pai, mãe, irmãos numa escala crescente de parentes até que tu, se embola todo e tropeça no seu primeiro amor e é ai meu compadre que a gente começa a desaprender algumas coisas.
Por exemplo, você esquece que algumas vezes deve ser mais prudente e não se doar tanto para alguém, esquece que talvez se você se poupasse um pouquinho, parte do que é seu não seria tomado de ti e nunca mais devolvido. Esquece o quanto era chato ser sozinho e percebe que ser dois, é sempre muito melhor. Não se fala mais sozinho, se fala com o outro, o sorvete tem duas colheres e o travesseiro da cama é dividido. Sonhos coloridos adquirem cores e sabores porque não? Você pode ser a fruta de alguém, a flor..sei lá. E então, depois de um tempo, aquele tempero perde o sabor, alguém muda o paladar e as coisas terminam.
Lá vamos nós aprender a ser só novamente e viver em comunidade. Normalmente, esse acaba sendo o mais difícil dos aprendizados porque, fatalmente você vai ficar mais arisco, mais atento eu diria. Não vai sair por ai distribuindo pedaços daquilo que te faz vivo, certo?
A lógica da vida, nascer, crescer, aprender, amar, se decepcionar, voltar a confiar,colorir, sonhar. Desafio todos os dias a minha lógica: ser uma pessoa melhor, ser mais inteligente, escrever mais. Fazer do meu trabalho não só meu sustento, mas algo que me dê prazer extremo. Conhecer pessoas novas, aprender a amar, confiar, doar, receber. Não digo isso dos meus amigos, pra esses, posso andar meio desatenta, mais reclusa, etc. Mas se precisarem, sabem que podem contar. 
Eu me desafio, todos os dias a ser outra pessoa.
Me desafio a conseguir vencer o medo que me tomou e conhecer outras pessoas, mas minha ânsia e medo de falar são tantos que muitas vezes, me pego sendo ingênua e voltando ao passo número 2 da lição reaprender a falar e olha,  esta sempre foi  minha especialidade e talvez meu maior defeito.
Me desafio a deixar que as pessoas me conheçam sem que eu tenha que dizer pra elas quem eu sou.

Desafio, a minha própria logica de viver e me proteger. 

Full HD



Não tem coisa mais clichê que essa parada de resoluções de final de ano.
Decisões tomamos todos os dias. Viver exige que se pense a cada dia em como viver e sobreviver a tudo e a todos, mas...seguindo o ritual, que seja.
Decidi, logo de cara não mais fazer planos. Já tive por experiência própria que isso comigo não cola. Ainda mais quando eu compartilho isso com alguém que no final, acaba se aproveitando disso e me faz mudar tudo, ali nos últimos minutos.
Planos agora, são feitos dentro de mim. Isso eu posso, isso não posso, isso eu devo e esse, nem passo perto. Claro, que nem tudo é desta forma, infelizmente.
Fizemos em casa esse ano, a caixinha dos desejos para o ano de 2015, onde minha fervorosa tia, vai orar por cada pedido, agradecimento, lamento, e chororô de cada membro da família.
Brincadeira a parte, foi legal tentar escrever o que se quer pro próximo ano, eu confesso que não consegui e nem lembrei de que eu poderia achar necessário pedir. Talvez eu tenha levado tão serio a história do só agradeça e não peça que fiquei em dúvida.
Óbvio que não posso dizer o que escrevi, sendo que , já não me lembro de tudo que ta naquele papel e vamos lê-lo só no dia 24 de dezembro de 2015. Até lá já até caduquei.
Mas Deus sabe de tudo e vai se lembrar de dar uma espiadinha nos meus escritos e manuscritos ainda, olha só que arraso. Em tempos de alta tecnologia, isso é tudo.
Eu acho que quero aquilo que a maioria quer pra si, ou não, porque nos últimos tempos, paz e sossego andam com preços muito altos e a correria do dia a dia, cada vez mais tensa.
O que colocar no papel para o próximo ano?

- Paz..(sem demagogia) - paz de espírito, de coração, de consciência.
- Fé - nas minhas decisões, num Deus onipresente, onipotente e maravilhoso, que sabe sim, de tudo que teu coração precisa e te dá, alento e provações na medida que tu pode carregar.
- Amor - ao meu trabalho, as minhas convicções, aos meus amigos e a minha família, sempre. Não ouso pedir algo que preencha minha vida, porque preciso ajeitar minha bagunça antes de alguém bagunçar tudo de novo a sala, mas aceito tipo, testes.
- Dinheiro - pra me manter, manter a casa, os filhos , agregados, cursinhos e escola de filha e neta, a minha se tudo sair como penso. Minhas viagens, que esse ano, como disse em todos os outros,  quero viajar, mas sei que vai sair do papel. Tenho fé.
- Escrever - talvez eu devesse pedir inspiração. Confesso que quando me apaixonei por aquele cujo nome ficará em 2014 e não será levado, eu tinha mais idéias. Agora uma aparece a cada 8 luas cheias e olhe lá.
- Tempo - ah Chronos seu maroto, dá uma chance pra galera e desacelera. Tá quase impossível viver nos últimos tempos. O relógio corre mais que eu não esteira (só exagerando um pouco, ok?). Tá tenso.

O que eu quero dizer na verdade é que não importa o que vamos colocar no papel, na cabeça, no cofre ou seja la onde for, o que importa é que tenhamos consciência de que é preciso ao menos, tentar traçar metas, porque quando elas não dão certo, também exige de ti, que seja melhor e busque alternativas, florais, valerianas, psicotrópicos enfim... algo que nos faça ver que tudo na vida tem um sentido, ainda que nos pareça totalmente sem sentido.

Acho que eu tenho um pedido, que eu mude e que eu me permita "fazer" o pedido que meu coração insiste em dizer que não.

Feliz Ano Novo! Paz na terra e nos planetas vizinhos, mas sobretudo , paz no coração de cada um de nós, que deixemos de lado os "não posso", "não tenho tempo", "não consigo".

Quem sabe em Janeiro,  posto continuações dos meus contos e volto a contar histórias?

Deixemos em 2014, tudo que nos atravanca e que se inicie uma nova era tecno, pop, incrível pra todos.


Pequenos momentos, grandes lembranças

Tinham feito amor a noite toda...

Estavam apenas deitados, cada um com seus pensamentos. Um silêncio cúmplice tomava o ambiente.
As vezes ele olhava de canto de olhos, Eu não via só sabia, sentia!  
        
Mas fingia nem perceber, sabíamos perfeitamente que aquilo não poderia seguir adiante, um de nós sofreria as consequências, até mesmo os dois talvez. 

Ainda de olhos fechados, fingindo ignorar seus olhares furtivos, relembro todas minhas advertências. Pensamentos íntimos que me diziam: pense se vale mesmo a pena? Mas sempre fui teimosa e ser desafiada aguçava ainda mais minha curiosidade. 

Não havia mais o que fazer, estava consumado. E como! Ouso erguer uma sobrancelha e esconder in risinho. Foi a minha vez de olhar pelos cantos. "Que eu tenha força para parar..." sem mais, levanto de repente e ligo o rádio. Não poderia existir seleção melhor. Whitesnake, Journey...e estava melhorando.  Apoio minha cabeça na mão me virando de lado pra observa-lo. Parece que meu gesto o deixa sem graça e ele sorri sem jeito.  - Que foi?Por que me olha assim?  No     momento que eu ia responder ouço o acorde da guitarra inconfundível do início da música:

 "The man the sold the world” ...
[[Oh no, not me..we never lost control. You're face to face...With The Man Who Sold The World...]] e ainda sob o encanto da música que adorava respondo:

- Não é nada, só estou saboreando o momento... 


Me aconchego mais junto ao corpo dele com a mesma vontade de horas atrás recomeçando de onde paramos.
Sabia que estava perdida, mas naquele momento,  ainda embalados pelos acordes da música e pelo calor dos corpos, não penso em mais nada, apenas que pequenos momentos, as vezes nos rendiam grandes lembranças.


Nas minhas entrelinhas

Eu nunca fui mulher de fugir de nada, mas no momento... é o meu verbo mais usado. 
Fujo de encrencas, fujo de gente chata (pena que de mim, não ta dando pra fugir).... fujo de discussões sem sentido, mas do que eu deveria mesmo, eu ainda não consegui. 
Já tentei uma vez, mas não deu certo. 
Ai , me disseram : Cara , enfrenta...melhor coisa. 
Não, não é a melhor coisa. 
Melhor coisa e não existirem problemas, não existirem confusões e tu perder a jogada propositalmente e retornar ao começo do jogo. 
LUDO!! 
Como disse minha gêmula, meu dedo é meio leproso e só aponta pra o que não deve. 
Ok, já falei sobre isso certa vez, é a minha tão famosa Síndrome de Dom Quixote, o famoso gosto por causas perdidas...eu sei, eu sei. 
Óbvio que meu lado sensato diz que isso vai passar, que tudo não passa de uma anedota do destino e tudo, tudo mesmo em breve já entra nos eixos. 
Pra me enganar, costumo dizer que é a falta que o cara de asas me faz. Ao menos, quando ele está perto, me ocupo em rir e me divertir com o que ele me faz, mas ultimamente, eu só lembro dele quando viajo, rezando para que ele me conduza pelos céus ou no esbarrão do aeroporto. 
Sim, é que ele me aquieta e me agita. 
Mas a única coisa que podemos ter é o que nos damos, risadas, bobagens, diversão. 
Eu quero mais, preciso de mais... e isso nunca me fez falta, mas nos últimos tempos tem mexido com a minha sanidade. 
Costumo dizer que, o destino tem sido muito fanfarrão com a minha pessoa e acho que, literalmente já deu né? 

Apresente pra mim, pessoas que possam compartilhar coisas comigo, literalmente. Não só verbal, sei que o que me segura é a minha sensatez, mas a que preço só minha mente doentia quem sabe. 

Quando digo, to sumindo saiba, é mentira... não vou sumir e uma tentativa absurda de conseguir por um final. 
Quando brinco muito, chama-se auto defesa. 
Quando eu digo, não ligo é sinal que ta me fazendo virar os rins de lado pode ter certeza. 
Quando eu olho e encontro mais uma coisa que eu gosto, dentre tantas eu penso; CORRE, PERIGO!!! 

Ah ta, parece fácil... vamos tentar, de novo. 










Tudo depende de como você SE vê.

Hoje resolvi revisar um texto em construção pra ver se finalmente eu o postaria.
Parei!! Comecei a reler coisas antigas do meu blog, meu Deus, como soou repetitivo algumas vezes.
Com exceção dos meus contos que em nada se repetem, apenas em alguns personagens vivendo histórias diferentes a cada linha.
A repetição se deu ao perceber que sempre posto coisas sobre  a procura do meu EU perdido algumas vezes. Esses deveriam ser assuntos passageiros , pois a natureza real das coisas denota que, você deve por obrigação da vida, ter ao menos, auto controle e não ser tão bocuda com os teus sentimentos.
Mas moderação nunca fez parte da minha vida, sempre fui intensa demais até nas tristezas.
Claro que sou uma mente brilhante dentro de uma cabeça de noz, pois eu precisaria de no mínimo uma melancia para que tudo fosse armazenado de uma forma menos acoplada aqui dentro.
Esta semana, conversava com um amigo que se achava um ser de outro mundo porque suas ideais queriam saltar pra fora da cachola. Eu só disse: Cara, tamo junto... você nunca será o único com pássaros na cabeça querendo voar.
Todos nós algumas vezes temos ideias batendo às portas da mente, porém, abri-las nem sempre é tão fácil. Parecem enigmas, adivinhações , códigos sei lá, que nem o Jack Bauer que mora em nós conseguiria decifrar. Ok, coisas sem sentido parecem isso? Diria Yoda, mas acredite, não são.
Certa vez, acho que estudei uma lição do espiritismo dizendo que, quando isso acontece é que seu espirito anseia por liberdade, e estar aprisionado ao corpo muitas vezes é um sacrifício imenso, mas todavia, posso estar equivocada. Quem sabe?
Como nada na minha vida pode ser fácil, porque eu talvez não goste das coisas normais e fáceis, tenho tido dúvidas as quais tenho fugido, tanto que parece que sempre dou de encontro.
Fico me imaginando dizendo a Freud tudo que penso, acho que ele se soubesse que me encontraria, teria reinventado a psicanálise ou desistido, enfim...
Mas toda loucura tem um lado bom... acabei de perceber que fui separada ao nascer e que tenho uma irmã GEMULA, não de carne e nem tão pouco de sangue, mas nas loucuras e nos acasos da vida.

Nossas conclusões:

- Somos escorpianas e com praticamente a mesma idade, temos no máximo 10 dias de diferença.
- Nossas filhas tem o mesmo nome.
- Temos um faro enorme para encrencas e pior, não fugimos dela, ao contrário, mergulhamos de cabeça.
- Temos "amigos" em comum que conhecemos como FAKES de RPG, com o mesmo nome, gaúchos  mas graças a Deus com personagens diferentes que quase nos matou de rir
- Temos uma pessoa em comum na vida que, pra mim, foi por muitos anos o meu amor, pra ela o melhor amigo, Ambas perdemos. Pois ele abandonou as duas. Tenso.

A porra do destino só não me facilitou a vida porque deu imensos olhos azuis a ela e pra mim não, mas eu sigo aqui com meus zoinho castanho que da um certo charme a minha pele morena.

E afinal, pra que tudo isso? Apenas pra dizer que, entra ano e sai ano e eu tenho sim, muitas caraminholas na capilança como ela diz, mas sou feliz a minha maneira.
Graças as voltas que a vida da, sempre numa das giradas do mundo, alguém interessante cai na minha vida. Assim, as coisas vão ficando sempre muito melhores, até demais devo dizer. E nessa hora que eu fujo, haha.
Graças aos Deuses do Olimpo, nessas mesmas "giranças"... o que é ruim cai. Ufa!

Agradecer sempre, isso que devemos fazer porque o que nos for de direito, tarda mais sempre nos acha, a modernidade nos ajuda.

Dica: mantenham sempre atualizados alguns dados básicos no Google, assim , se ele der um find, te acha.

Tá, parei!



Agradecimentos: A minha amiga Mah Lex que me permite reviver coisas que estão tão guardadas que muitas vezes afloram e a nossa irmandade.
Aos meus grilos, sem os quais meus apontamentos não teriam sentido.
A Galileu Galilei que quis provar que o mundo era redondo.
Novos amigos que são sempre bem vindos.
Ao sabão Tramoia que limpa sua mente da sua paranoia. ( era só pra rimar).


Superação: In e Out


Há alguns dias, visitei um evento de tênis em cadeira de rodas de um amigo meu em BH. Devo dizer que, particularmente a cidade me encanta pela culinária, pelo aconchego e pela forma com as pessoas que moram lá, me tratam.
Claro que tem suas exceções e tem alguns que não gostam tanto de mim assim, mas pra que se importar com 1% se 99% é bem melhor?
Recentemente, falei sobre esse tipo de esporte aqui no blog e hoje, como estou chateada e um pouco estressada com a forma que as coisas têm tomado na minha vida, obedecendo ao meu próprio conselho, vou falar do TCR, assim eu vejo que na verdade nada é o que parece ser.
Pra isso, tenho que falar do meu amigo, diretor, técnico e dono do nome que leva esse evento. Pesado, visto que toda a responsabilidade de um evento, recai sobre o nome que ele leva.
Se fosse simples, não seria divertido certo? E então, como falamos de superação nas quadras, falemos dela fora também.
Ano passado, quando o evento foi pedido ao órgão máximo do tênis, não se sabia ao certo como ele seria feito, afinal, fazer um torneio parece simples quando colocamos no check list, mas na prática, tudo tende a ser um tanto mais complicado.
Ok, diríamos que, olhando grosseiramente tudo, precisaríamos de quadras, bolas, água, jogadores, etc. Mas as coisas não são assim. Também, não estou aqui para dizer como faríamos esses eventos, então deixemos de prosa e vamos ao que interessa.
No ano passado, tudo era novidade digamos assim, éramos leigos (sim, porque eu também estava lá e posso dizer que só vi tudo na hora) e muita coisa acabou sendo acertada de improviso. Mas tínhamos uma coisa chamada, incentivo financeiro, patrocínio e muita colaboração. Então, os percalços que apareciam eram facilmente arrumados, porque o grosso estava pronto.
Agora meus amigos, posso dizer que entra aquela parte da superação que dá nome a minha crônica.
Esse meu amigo, vive rodeado de pessoas que se realizam todos os dias dentro das quadras e fora dela, porque são pessoas como já disse em outra postagem, superando a perda de uma parte do seu corpo em cima de uma cadeira de rodas dentro das quadras. Ele as ajuda e a serem melhores a cada dia no que escolheram fazer. Treina, se doa, se entrega algumas vezes de corpo, alma e bolso.
Hora de matar mais um leão, porque essa edição, ele tinha alguns fatores fundamentais para o evento: pessoas dispostas a trabalhar com ou sem dinheiro envolvido, mas um dos principais itens necessários estava com a fonte seca. Então, ai que entra a superação OUT. Tudo teria que ser feito com metade do recurso que foi utilizado no ano anterior. Mas, joga-se aqui... aperta-se ali. Ganha-se acolá e voilá, tínhamos a Segunda Copa Butija Wheelchair Tennis Cup 2014 prontinha.
Muitas vezes, fazer algo requer muito trabalho e colaboração de muita gente e isso, senhores e senhores, eu posso garantir que ali tinha.
Ano passado, cerca de 80 e poucas pessoas participaram deste evento, nessa edição tínhamos quase 140 pessoas, entre atletas, acompanhantes, amigos e colaboradores. Foram 04 dias de muita competição, superação, amizade e muitas risadas, sem contar nas coisas gostosas e eu perdida naquele mercado maravilhoso onde eu abasteci minha mala do mais puro contrabando mineiro.
Vejo que ainda há muito que aprender por parte de organização e principalmente de atletas, vi e revi coisas que considero equivocadas, mas devemos lembrar que estamos lidando com fator humano e fatores comportamentais são algumas vezes complicados de se lidar, mas considero que é para isso que também trabalhamos.
Claro que sempre temos coisas a mudar e fazer para melhorar, mas as coisas são assim mesmo a cada ano ficamos mais fortes, mais experientes e melhores no que fazemos. Essa é a lei da vida, da nossa vida. Nós que fazemos nossas escolhas e caminhos que vamos tomar.
E eu escolhi participar mais de tudo isso e ganhei meu espaço. A partir de agora, poderei visitar alguns eventos que temos no calendário nacional no decorrer do ano. Próximo mês o que era uma brincadeira vai virar realidade e o que era meu desejo também.
Espero poder colocar em prática tudo que tenho dentro de mim e ajudar a melhorar esse esporte que me deram de presente. Nunca sonhei na vida em trabalhar com tênis, nunca. Era o tipo da coisa que para mim, parecia fazer parte de uma realidade que não era a minha, mas hoje eu vivo isso, respiro e como tênis. Porque além de ser a fonte do meu sustento ele que tem mudado minha forma de ver algumas coisas.
Que eu me capacite, que eu ajude e que eu possa realmente ser pra eles útil e retribuir o carinho que muitos deles me dão.
Sei que disse ao Léo, que escreveria sobre o evento apenas, mas eu juro que não consegui. Não sou jornalista, escrevo que o sinto e como vejo as coisas que me rodeiam. Quem sabe na terceira edição do evento eu esteja mais preparada jornalisticamente para escrever apenas sobre isso, certo?
E já que estamos falando de superar coisas, eu todavia tenho cá lançado o meu desafio: 


Escrever matérias e não apenas crônicas.