Cinema - Cadillac Records




Há algum tempo atrás , ouvia um programa de rádio de futebol , chamado 90 Minutos. Sim, de futebol e sempre quando lembro ou posso, ouço esse programa que é apresentado pelo intitulado Roqueiro Boleiro - NASI e o Goleiro Roqueiro Ronaldo, ex timão! Eles fazem uma mistura bem humorada de futebol e rock 'n roll. Perfeito. E numa dessas noites Nasi me apresentou Muddy Watters, um guitarrista de blues maravilhoso, juntamente com um time espetacular que compunha a trilha sonora do filme "Cadillac Records".
 Fui atrás e encontrei pérolas do blues que me fizeram chorar. Ontem, eu enfim consegui assistir o filme. Deixando de lado o de sempre que é, a fama sempre trás algumas desilusões e sobretudo ilusões, o filme tem músicas e músicos perfeitos.
Em verdade, o filme conta o início da Chess Records, conhecida como Cadillac Records, por "presentear" os maiores sucessos com um Cadillac nos anos 40/50. Claro que o automóvel era comprado com o dinheiro de venda dos discos e direitos autorais do seus intérpretes. Mundinho bem comum esse não?
Podemos ver por exemplo, o início da carreira de Chuck Berry, simplesmente , um mago na guitarra e aclamado por negros e brancos na época. Nomes pouco conhecidos como Little Walter que foi gravado até por Elvis e Roling Stones , e ainda   Howlin' Wolf , que segundo dizem, uivava pra lua quando cantava.   E a minha melhor descoberta, Etta James.  Pra mim, perfeita! Voz maravilhosa , com músicas incríveis que eu nunca tinha ouvido.
No filme ela foi interpretada por Beyoncé que ao meu ver, desempenhou bem a função.
Caso você aprecie boa música e sobretudo blues, veja e ouça esse filme.

Cadillac Records - TRAILER OFFICIAL LEGENDADO




E novembro se apresenta de uma forma bem diferente do que de costume, além de um sol perfeito e uma brisa suave, as coisas aqui dentro também se encontram bem diferentes.
Sempre adorei esta época do ano pois ainda é primavera e as flores, minhas eternas paixões estão cada vez mais lindas. A variedade de tons e perfumes espalha-se pelo ar nos encantando, pelo menos, ME encantando.
Para mim, em particular novembro trás muito mais coisas.Breves momentos guardados no baú da minha memória. Mas neste momento, não vem ao caso. Venho através destas linhas apenas dizer que mais , Novembro vai nos trazer. Em primeiro lugar, ela NORAH JONES, que se apresenta em um dos lugares que acho lindo; O Parque da Independência. Sem dúvida um show importante na minha vida e na vida de milhões de pessoas. A voz suave dela , com certeza já embalou sorrisos e lágrimas de muitos. Enfim...
Uma semana depois, chega o tão sonhado "um quarto" de Beatles! PAUL McCARTNEY. Claro que sua apresentações começam mais cedo no Brasil, a primeira delas, na cidade que tem meu coração deste exatos dois Novembros. Mas como não posso estar lá, pra mim, começa em 22 de novembro. A ansiedade toma conta de mim, pois sou  datas e sons, e ouvir Paul, numa data que pra mim diz muito, será sem dúvida, um dos momentos mais marcantes. Não posso me queixar que 2010 foi um ano farto de bons shows, alguns eu não pude ir, mas outros consegui dar o ar da graça.
2010 foi e esta sendo um ano de algumas perdas, mas não posso deixar de dizer , que, um ano também de ganhos e aprendizados.





"...E é  inútil procurar encurtar caminho e querer começar já sabendo que a voz diz pouco, já começando por ser despessoal. Pois existe a trajetória, e a trajetória não é apenas um modo de ir. A trajetória somos nós mesmos. Em matéria de viver, nunca se pode chegar antes. A via-crucis não é um descaminho, é a passagem única, não se chega senão através dela e com ela. A insistência é o nosso esforço, a desistência é o prêmio. A este só se chega quando se experimentou o poder de construir, e, apesar do gosto de poder, prefere-se a desistência. A desistência tem que ser uma escolha. Desistir é a escolha mais sagrada de uma vida. Desistir é o verdadeiro instante humano. E só esta, é a glória própria de minha condição. A desistência é uma revelação..."

O caso da rua Cinco - Segunda parte

  Mesmo me concentrando, as coisas ainda não pareciam claras, talvez eu estivesse cansada e ate um pouco bêbeda eu diria. Afinal, mudei da água pro vinho. Ou deveria dizer do café para o vinho? Ah, isso não vinha ao caso.  Olho fixo para tela e vou me lembrando de todos que estavam ali. Nada parecia que deveria ser levado em consideração e isso era o que mais me intrigava. Decidida, digo:

- Ok, voltemos aos fatos.

Há muito tempo não se ouvia falar em crimes incomuns, digamos assim. Tudo era sempre tão óbvio que nem tinha graça olhar a pagina policial, mas aquele sem duvida era intrigante.  A forma peculiar e a sutileza das ações. Era o que chamava atenção. Se acreditasse nisso, diria que as vitimas poderiam passar por uma espécie de ritual sei, lá. Mas isso seria surreal, e surreal idade não estava em questão. A coisa era bem real mesmo. Ninguém via nada, ninguém ouvia nada. Seria o que? Medo ou um assassino conhecido?  Esse foi o principal motivo que me levou até aquela espelunca. Além da falta de juízo claro, os rumores de algo estranho no ar, era o que me guiava, pra isso nem a cabeça cheia de tequilas era desculpa. Porem, quando entrei, o que vi foi um cenário mais que comum. Homens mal encarados, mulheres me olhando de lado com raiva como se eu fosse roubar seus clientes, o de sempre para um lugar como aquele. Aparentemente, tudo tão comum que poderia ser impossível algo ter saído dali.  Olho-me por alguns instantes e me recrimino por ter exagerado um pouco na roupa, isso poderia chamar atenção. O barman já me encarava como que dizendo: “Vai pedir ou se manda”. Isso seria complicado, pois ele não tinha cara de muitos amigos e nem tampouco que me responderia alguma pergunta. Se é que eu já sabia o que perguntar de fato, pois minha cabeça fervia. Do jeito que estava poderia virar pra ele e dizer, qual é teu nome, que time torce? Claro, com a voz bem grossa e intimidadora. Mas longe de chegar onde queria.

 -Tequila, por favor!

Procurava olhar tudo e todos, mas ao mesmo tempo, era tudo tão vago, pois o que tinha se visto naquele beco da Rua Cinco, não era coisa de amador. Os dois corpos encontrados tinham a mesma característica, não possuía uma marca de violência, nem um hematoma, nada. Um homem e uma mulher. O que seriam eles? Traficante, prostituta? Pessoas comuns no lugar errado e na hora errada, principalmente com a pessoa errada? Ambos tinham uma única coisa em comum, e esse era o fato mais assustador. O liquido que evaporava dos poros. Espesso, carmim.  Sem duvida, quem fez, sabia bem o que estava fazendo e como fazer, pois nada encontraram nos corpos, a não ser um alto teor de álcool. Já me preparava pra levar a bebida aos lábios quando uma voz metálica e uma respiração quente na nuca me chama a atenção.

-Devo dizer senhorita que, Chanel no pescoço e nos pés, não são tão comuns por aqui. Alias, devo dizer que, nem um pouco comuns.

De sobressalto, volto de meus devaneios. - Hunf, que droga! Eu sabia que estava exagerando, porque não me apresentei para fazer os votos franciscanos? Ta, ta, me lembrei: Sou mulher. Mas e daí? Termino de tomar a bebida e respondo sem ao menos virar:

- Talvez tenha subestimado o lugar, achei que só encontraria bêbados, ignorantes e prostitutas. Mas digamos que ainda não terminei o meu julgamento. Mas  posso sem sombra de duvida, mudá-lo.

Ao virar me deparo com um par de esmeraldas, cujo brilho poderia sem duvida cegar um ser humano, mas eu, bem, era humana, mas estava vacinada.

Continua...




"O caso da Rua Cinco"



1.


Uma nuvem espessa... Um cheiro acre misturado com perfume Chanel.
Esse era o odor e a visão que se tinha do quarto fechado e na penumbra quebrada apenas pela luminosidade de uma luminária de quinta.
Eu havia renunciado a tudo, ou quase tudo, pra poder seguir o caminho que me atraía. Apenas mantive intacto meu gosto por perfumes caros  e bons restaurantes.
Há dias, eu não saía pra nada. Estava no quinto cigarro em menos de hora e meia e tudo que tinha era um emaranhado de pistas que se muitas vezes parecia não levá-la a nada, noutras eram mais do que pequenas coincidências.
Mas eu sabia que tinha algo de obscuro em tudo aquilo. Excitada e assustada era como me sentia...
Por que as coisas tinham que ser assim? Todos poderiam estar felizes e eu não precisaria ter renunciado a parte daquilo que amava simplesmente por seguir o caminho lhe era mais atraente. “Filha minha nunca será uma reles investigadora”. Vociferava ele aos quatro ventos.
Eu gostava do inusitado, do obscuro e sentia um prazer absurdo em decifrar problemas e enigmas.  Nunca fui considerada uma criança normal, nem tampouco uma adolescente normal. Via e lia romances policiais, era fascinada pelos grandes escritores e se pudesse, teria decifrado todos os filmes de suspense da prateleira locadora de vídeos.

- Chega de devaneios menina. Volte pra terra!

Caminho até o pequeno móvel que eu chamava de fogão, pego um café e acendo mais um cigarro.

– Puxa, tenho que largar esse vício! Resolução nº. 1.516 para o próximo ano.

Sento novamente em frente as minhas anotações. Que ou quem será que me guiou até aquele beco numa noite tão confusa? Ok, eu mesmo!
Malditas tequilas, porque não me dei por feliz em aceitar que cinco era um número bem bom de doses para que eu ficasse bem e sem dar vexames? Não, mas eu quis mais...

-Sim, foi “José” que me fez seguir aquele homem estranho.

Pego mais um café e me sento em frente ao laptop. Tinha feito algumas anotações, ocultando claro o real motivo da minha entrada naquele lugar escuro. Aquela era uma parte da cidade que mocinhas indefesas não freqüentariam, mas ela e sua inseparável Berenice, abrindo a gaveta do móvel olhando de esguelha uma Colt M1911, semi-automática, nunca teriam esse problema.  
Tinha visto tão pouco naquela noite, uma garoa fina caía apenas para atrapalhar tudo e lhe molhar os cabelos escovados. Ok, uma sensação bem fútil se apoderava de mim quando algo me incomodava.
Concentração era o que precisava!

Continua...




Tenho pensado estes dias, qual seria o verdadeiro caminho das rosas?
Aquele cujo perfume inebriante te seduz ou os espinhos que te fazem dar mais valor as coisas depois de cada furo no dedo?
Queria tanto que as rosas simplesmente falassem que a minha vida não é um moinho e que meu coração não vai  virar paçoca de pilão.
De me convencer que, os opostos se distraem mesmo e que os "dispostos" se atraem...
De que a vida, às vezes da um giro de 360º, mas que tudo volta pro seu lugar em pouquissimo tempo.
Que algumas tantas vezes, temos que deixar ir...para que de repente, volte.

 " ...ah ,se ele voltar, se ele voltar que coisa linda...que coisa boa..."

Plantei uma mudinha de roseira de novo ....será que ela germina?

Por estas e outras,espero!


Nota: Texto postado anteriormente no Recanto das Letras.