Uma noite, alguns dias!

Sentada em um café, eu pensava que tudo que eu precisava era aquilo, cidade pequena, pitoresca, sol e apenas o barulho dos meus pensamentos e dos pássaros cantando.
Não existia lugar melhor que aquilo. Tudo era tão perfeito que parecia que estava num cenário de filme antigo.

A exploração de cada ponto, cada jardim cada loja de quinquilharias fez o meu dia o melhor de todos. Olhava para minha xícara de café com bolo de fubá e pensava: Que mais preciso eu da vida? Mas confesso que havia demorado muito para que eu chegasse naquela estagio. Talvez quando se toma coragem de tomar a decisão mais acertada e mais dolorida na vida te faz mais leve, mais resiliente. Afinal, essa era a ideia do mundo moderno, RESILIÊNCIA!

Espanto o pensamento para longe e vejo que nem sabia mais quanto tempo já estava sentada naquele café, só sei que café não dava mais para tomar e peço o cardápio para ver as bebidas, confesso que tomaria um dos famosos drinks da noite paulistana, mas aquilo chocaria a região e merecia que fosse algo tão gostoso e tão singelo e que, sobretudo,  não ofendesse àquela realidade cinematográfica. Acabo por pedir um coquetel da casa que para minha felicidade, veio tão maravilhosamente apresentado que um foi pouco!

Uma música bem suave vinha da praça. Que cenário! Se fechasse os olhos, talvez eu me imaginasse num clima de filme de época.

Depois de uns 3 coquetéis maravilhosos que nem ousei perguntar o que havia nele, resolvo que era hora de descansar um pouco, mas algo me impedia, como se eu não quisesse sair dali para não perder nada de tempo, porém aqueles inofensivos coquetéis com seus guarda-chuvinhas tinham me deixado bem alegre.O caminho para o hotel era bem tranquilo, mas talvez o efeito do álcool tenha ativado o meu pensamento que se volta novamente às semanas anteriores. Ah coração bobo, coração mole... como já dizia a música. Mas uma vez ele tinha me pregado uma boa peça. Mas eu sabia que era só uma questão de tempo para tudo voltar ao normal, um período de readaptação de ideias. Muitas vezes é bem melhor se retirar enquanto se tem certa dignidade do que esperar para sair no meio do redemoinho. Levasse o tempo que fosse, as coisas voltariam ao normal.

E a noite e o dia seguinte passaram num piscar de olhos, mal tive tempo de pensar no vilão da minha mente. E nas minhas idas e vindas, ao cair da tarde, notei um pequeno alvoroço na praça e fui também ver o que se passava e lá estava a se apresentar um rapaz, voz ,violão e um chapéu, seu cantar era tão melódico e envolvente que não pude deixar de parar para ouvi-lo. Que delícia... A voz era melodiosa, algumas vezes cadenciada...Nossa!

Nem me dei conta que sentei e apoiei a cabeça nos joelhos e fiquei ali a me deliciar com o som que me enchia o coração de paz e os olhos de água. 
Água essa que lavava a minha alma e regava um sentimento chamado esperança. A mesma água que regou a flor por meses a fio até perceber que ela só respirava por aparelhos! 

** “... não é por não querer te ver, nem é por não gostar, mas acho que é melhor cuidar do que sobrou...”

Ele tinha toda razão! Eu havia feito o certo! Agora era virar a página, ver o estrago e resgatar os feridos e ver que a vida continuava.

Nem havia me dado conta que a música tinha acabado e a tarde virado noite e nem tampouco me dado conta que não estava sozinha. Ao voltar de meus devaneios, viro para lado e alguém me olhava.
 
- Bem-vinda ao mundo! – Disse ao sorrir e ver que eu praticamente saía de um transe.

Como ele sabia que eu estava de volta à civilização? Apenas sorri meio sem jeito e aceito a mão que me estendia para levantar.

- Achei que iria se transformar em patrimônio da cidade como aquele lá. – Aponta para uma estátua de um senhor que deveria ser  seu fundador.

- Não, de forma alguma! – Sorri ainda limpando os olhos.  

- Um café?

Não sei dizer quantos cafés tomamos, quanto do acervo do músico ouvimos, pois, toda tarde voltávamos àquela praça e a cada dia eu ficava mais convencida de que os acasos, são e serão sempre umas das melhores surpresas da vida! Aquela foi de fato uma noite, que durou dias!




Notas do autor:

*O título desse conto é em  homenagem à uma canção que adoro muito de um amigo querido, inclusive já fiz até uma lousa com essa letra, ouvindo a canção quase no fim do conto,  acabou coroando o desfecho da minha escrita. Devo dizer que já me inspirei outra vez em uma canção dele que também me rendeu um conto.
** O trecho da música que transcrevi chama-se "Espera" e também virou uma das minhas preferidas. #viniciusdiaszurlo

Desarmada

E quando ela se enchia de coragem e iria dizer: 

- Estou indo embora... 

Ele virava e espichava aqueles lábios a formar um sorriso e todas

as forças que ela tinha de reserva lhe escorria pelo canto dos olhos! 


Da série: Divãs

O que tem feito do seu jardim?

- Continuo regando a mesma flor.

Houve algum progresso?

- Algumas vezes penso que ela só respira com a ajuda de aparelhos...


Cada pai é um herói, escolha o seu!

Há exatamente, 3 anos escrevi sobre o dia dos pais e relendo, percebo que pouca coisa daquele post mudou, algumas foram muito significativas, pois temos mais pais habitando o mundo agora.
Claro, digo dentro da minha humilde família. Seguirei com o link abaixo para relembrar.
Começo pelo meu, que igualmente, ainda me dá trabalho as vezes menos noutras mais, mas como o tempo está passando, tenho tido cuidados redobrados, pois o problema de umidade dele..(umidadeavaçanda) está ficando meio intenso, mas esse é o meu fardo, minha lição, meu aprendizado e vamos seguindo.
O patriarca da minha família, O velho Luiz Dentello, segue firme e forte, com lampejos de marrudices o que também disseram que é da idade, e eu, sigo acreditando.
O homem das asas continua voando, nunca mais nos vimos, apenas nos falamos sempre que podemos, mas eu cá ele sabe deus em que parte do mundo como sempre. Continua pelo que sei, bom pai e péssimo em outros quesitos,  mas eu tento fazê-lo enxergar o melhor.
Meus primos também são bons pais, meus sobrinhos mantém-se no posto firmes e fortes e novos sobrinhos ganharam seus pequenos. Meus tios, devo dizer que pertencem à uma geração meio equivocada, mas fazem o melhor que podem dentro do que eles acreditam que seja o correto.
Enfim...
Bom, o rei nunca mais deu o ar da graça, acredito eu que ele continua com a mesma vida na mesma cidade mas tomara que pelo menos, não escravo do que ele pensava ser certo. Nunca o julguei, nem seria agora que o faria, portanto... apenas continuo à narrativa.
Meu irmão agora é pai... e que pai!! Grande e forte , devo dizer e me deu o melhor presente de todos os tempos, meu querido Felipinho! Veio realmente de encomenda porque é um danado.
Meus amigos, alguns claro, continuam pais excelentes e desejo óbvio, que se mantenham assim para todo o sempre. Conheci novos pais que me fizeram pensar que graças a deus, o mundo em parte mudou e alguma coisa ainda tem cura.
Talvez o que mais me chame atenção "nesses" pais que conheci , seria sem sombra de dúvida o amor incondicional pelos filhos, o cuidado, o carinho, o respeito e sobretudo os valores que ensinam.
Cada palavra, cada gesto me remete a pensar em uma só coisa: Gratidão! Admiração!
Os meus olhos, brilham com o reflexo do brilho que vejo nos olhos destes pais. É lindo de se ver.
Hoje, estou um pouco estranha para escrever coisas assim, por outro lado, eu sou estranha e muitas vezes penso que vivo em um mundo totalmente fora da realidade, por isso não tenho nem que reclamar, sou eu e fim.
Eu confesso que é muito ruim escrever determinadas coisas sem poder dar nome aos bois, digo, aos pais, mas tenho plena certeza que eles saberão que algumas destas palavras mesmo sem nome , tem direção certa.

Aos pais heróis, aos pais esportistas, aos pais que são mães, aos pais apenas pais,aos pais espirituais... meus parabéns, que Oxalá os proteja sempre!!




http://sitdownhistory.blogspot.com.br/2014/08/dia-dos-pais.html

ps. eu escolhi esse pai herói capitão América porque eu quis, simples assim!

Um conto do destino - parte 2

Os dias se passaram sem muito esforço, ora eu acordava feliz e contente, ora eu me afundava na poltrona da biblioteca e morria de chorar e assim se seguia.

Em algum momento,  tudo aquilo iria passar.

Aquela era a manhã que eu acordava desmaiada para o mundo e estava no lugar que se tornara meu "reino".

Afundada naquele divã, eu olhava tudo com mais detalhe nos últimos dias. Nem a composição dos móveis mudei e nem sequer, lembrava as vezes que tudo estava como os antigos donos haviam deixado. 

-Era um casal que morava aqui, eram apenas os dois. Viveram juntos até o fim. Vais gostar de tudo, tem um amplo jardim e a vista da biblioteca, dá para as montanhas. Precisava ver que lindo. 

No dia que o corretor me disse aquilo , mal tinha condições de ouvir tudo com atenção, só queria que  acabasse e ele fosse embora para que simplesmente, ficasse sozinha e colocasse a cabeça para descansar. Nunca ao menos havia olhado a janela como deveria.

Chega! Aquilo tinha que acabar.

Levantei e abri a janela com tudo. O sol estava se pondo e felizmente, atrás daquela montanha realmente linda que eu colocava os olhos pela primeira vez de verdade.

Como poderia ficar imune aquilo? Como poderia deixar esse milagre da natureza passar desapercebido e não viver?

O mar era lindo? Sim... mas tinha ficado para trás junto com todo o resto da vida que ela um dia teve agora tudo mudava e as coisas tinham que seguir adiante.

Um barulho me tira do devaneio, era o celular que mal havia pego no tempo que estava ali, aquilo também fazia parte de um desapego. Corri para atender e nem olhei direito quem era. 

- Alô! 

- Pelo amor de Deus onde você anda? - Gritava a voz do outro lado. Então percebi o que quanto me afastou do mundo e que tinha trabalho a fazer. 

- Olha, ando do quarto para sala , da sala para a biblioteca e desta para o quarto... sem contar pequenas paradas no banheiro, cozinha, essas coisas. 

- Acha que estou rindo?

Não, eu não achava e ele estava certo. Esqueci o mundo, meu trabalho, responsabilidades, a civilização. 

Ele desanda a falar tudo que precisava  e diz, você tem 15 dias para terminar a revisão e me entregar tudo, dizia entre gritos e risos de nervoso. 

- Ok, ok Bernard. Vou terminar, eu prometo capitão! 

- Não vou tolerar suas ironias ouviu? Não me deixe mais preocupado  , senão eu vou atras de você com um chicote. 

- Não vou mais... - o telefone é bruscamente desligado. Tá tá... excêntrico, chato,mal amado! Mentira!! hunffff... Você tem razão, mas só admito por que desliguei, vamos trabalhar! 

Pego o notebook, sento novamente na minha bela poltrona, mas antes resolvo fazer só mais uma coisa... 

- Vou mudar tudo!

Tiro armários, livros, tapetes, quadros, porta retratos , vasos, luminárias.  Quando terminei, olhei tudo com ar de desgosto. 

Puxa vida, aquele casal sabia como deixar tudo de uma forma tão graciosa que como era iria mudar tudo de uma vez assim?

Enquanto olhava o móvel pego o porta retrato deles na mão. Era uma foto bem antiga, uma bela moça com um vestido branco, um  laço de fita na cintura, ele com uma camisa engomada, um terno antigo. Como eram lindos! Os longos cabelos dela, contrastavam com os cabelos castanhos dele, espesso.. um bigode bem peculiar naquela época. Embaixo, pequenos dizeres... " Foi nesse dia que te toquei pela primeira vez..." 

Me sento perdida em pensamentos olhando aquela foto, Que amor era aquele? Que amor havia sobrevivido a tudo e a todos? Como alguém poderia viver anos no mesmo lugar, com a mesma pessoa?

Uma crise de choro me invade que adormeci de tanto chorar. 

Mal sabia quanto tempo havia passado ali dormindo, só olhou o relógio, viu que ainda era madrugada, puxou a coberta e voltou a ficar ali , no divã até o dia seguinte.

Continua...

Um conto do destino - Tempo de mudança

Era bem difícil arrumar todas aquelas caixas!

Com o tempo . tinha tanta tralha que mal sabia onde colocaria tudo.

Ainda era muito penoso  pensar em tudo que havia passado nos últimos tempos, sair da frente do mar para a frente de um monte de terras. Altas, frias!

Ora essa, era inverno. Só poderia ser frio mesmo. Talvez no verão, tudo fosse colorido? Quem sabe?  Eu não sabia e nem poderia afirmar. Quando decidiram que nada mais tinham em comum, simplesmente achei o lugar mais longe e parti.

Olhava tão desolada para aquele monte de pilhas feitas sem ter nem noção de onde colocaria tudo. 

-Bom, melhor que tenho a fazer é me acalmar, respirar e ver onde consigo colocar o básico, o resto deixo nas caixas, nem vou precisar de tanta coisa assim. Vamos a cozinha que preciso de algo pra beber e comer. 

No andar de baixo, eu olhava também da mesma forma, a maior preocupação naquele momento era se encaixar. Não só as coisas materiais, mas sentimentais, mentais e todos  "AIS" que se encaixassem ali. 

A chaleira apita, encho a xícara do chá e vou me sentar um pouco na varanda  fria. Era cedo ainda, eu tinha pulado cedo da cama, talvez atormentada pela bagunça. Atormentada pelo fato de não ter conseguido me nortear nessa nova fase. 

Sentada ali, eu observava as poucas pessoas que saiam aquela hora da manhã, fria e úmida. As árvores balançavam com o vento forte e faziam uma música meio assustadora, mas quem passava parecia nem ligar pra isso. Passado alguns minutos, resolvo sair daquele frio e entro. 

- Vamos ao trabalho. Melhor fazer logo e acabar logo com isso. Música maestro. 

Coloco uma música, me visto de coragem e vou à luta. 

continua...




Lua Minguando

*"O amor é como um raio, galopando em desafio
Abre fendas, cobre vales, Revolta as águas dos rios. 
Quem tentar seguir seu rastro, se perderá no caminho..."

Talvez não haja definição mais acertada para alguns momentos da vida. Aqueles onde você quase pensa, que merda que eu fiz de novo? 
Mas aí, os mais sábios e logico, sensatos diriam. O amor é tudo isso mesmo e se você não segue nem um momento isso, nunca vai saber se o gosto é de mel ou de fel.
Claro, que isso depende muito de quem se atira aos braços deste danado. Eu devo advertir que, se não tem certeza que vai suportar o drible na ansiedade da espera, irmão, nem entra nessa. Vais quebrar a cara! Fato!! 

Mas poxa, algumas vezes isso deve dar certo, para algumas pessoas eu presumo, porque para mim, não dá dando tem um tempinho. Mas vamos equilibrar essa parada chamada ansiedade que é nosso maior vilão e aguardar que as próximas cenas sejam mais animadas. Será? 

Amar é muito bom, principalmente quando ele nasce de uma hora para outra e você ao invés de beijar a boca do seu escolhido (a), beija-lhe a alma. É como se desnudar de pré-conceitos e mergulhar em coisas que tem medo, mas que você sente tantas descargas elétricas percorrendo seu corpo que você pensa: Poxa, como uma coisa tão boa poderia ser tão ruim? 
Não é ruim, mas sim maravilhoso. 
Você ama o sorriso da pessoa e ela fala rindo contigo, você ama seus olhos e eles sorriem em retribuição. 
E a voz? Ah esse tem que ter um capítulo à parte, pois a voz, pode ativar um mecanismo no seu cérebro que poderia lhe levar a mais pura perdição. 

Claro, que lidamos nesse caso com amores não correspondidos!! Não seria diferente vindo da minha cabeça. Sou mestre nesse caso, mas vamos seguindo em oração e uma hora o que não é para mim hoje, seja para alguém e sobretudo alguém se recorde o quanto eu aprendi nos últimos tempos sobre resiliência e olha para mim de forma diferente e diga que é para mim também. =D

Mas piadas nefastas a parte, não se deve perder a esperança no amor, nunca. Ele só vai te machucar se você entrou nele no seu momento mais carente, mas aí... não seria amor, mas sim aquelas paixonites doentes e tals. 

Mas vamos aguardar, um dia sei que as coisas vão ser diferentes. Enquanto isso, vamos nos desintoxicando de uma voz sonora e musical de um olhar misterioso e lindo e de um sorriso que pode simplesmente congelar o meu ser em segundos.


É amigo, amar é pra fortes e desprendidos... 


O regresso de Charlotte

Nem sabia quanto tempo se encontrava reclusa, perdera a conta das noites que estava ali naquela biblioteca vendo o tempo passar. Tempo que para ela não seria nenhum problema se não estivesse se tornando chato, monótono, maçante.
Os empregados iam e viam e cada dia que passava se preocupavam com o estado de sua senhora. Seu fiel guardião passava e as veze dizia:

- Minha senhora, precisa sair e se alimentar. Não pode passar a eternidade aqui.
Eu só olhava para ele e nem me dava ao trabalho de dizer uma palavra sequer, ele já sabia o que queria dizer em sua mente.

- Deixe-me, não há nada lá fora que valha minha saída.

E assim seguiam-se as noites. Mas ele tinha razão. Quanto tempo mais ela aguentaria sem se alimentar, sem ver a rua. Sem fazer nada? Que diria seu Senhor se a visse desta forma? E lá voltava ela para suas recordações. Sentia falta dele, do seu mundo. Da dança que a levou para seus braços. Nunca mais ela fora a mesma. Nem sabia que pé estavam seus negócios. Seus empregados mandavam relatos semanais que ela mal olhava.

- Que fez da vida Ma petit? Mon amour não é mais a mesma. Perdeu o brilho nos olhos.

- Não vê que sinto sua falta? Não vê que não há vida nesse corpo?

- Mas ela voltou a ser uma criança mimada?

Podia até sentir sua respiração e seu corpo frio no meu. Estava alucinado já?

- Por que fez isso Raphael? Porque me privou de ter você?

- Você sabe porque ma petit, como vou falar novamente isso? Vamos... mude esse lindo rosto e volte a ser a minha amada, perversa, predadora, encantadora. Precisa comer...veja como está?

Ele tinha razão como discutir com ele se estava certo?

- Venha, vou leva-la a escolher uma roupa e hoje vai sair daqui.

Em alguns segundos estamos a escolher um belo modelo negro, com as costas abertas até a cintura. 

Uma joia negra é retirada da caixa, uma pequena gota de ônix que ele tanto amava.

Tomo um longo banho, me visto enquanto ele fica a me observar.

- Horrível vê-lo aí e não poder toca-lo.

- Sabes que não estou aqui amor.

Sei! dizia contrariada.

Termino de me arrumar e desço, mal posso ver a cara de satisfação de German quando me vê sair do prédio.

Ele abre a porta do carro: - Onde vamos senhora?

- Preciso ver a quantas anda tudo não? Vai que estas me roubando e eu vou ter que tirar-lhe a vida para suprir os prejuízos?

- Lhe garanto que não, mas, minha senhora, morro feliz só de ter feito com que saísse.

A reação de todos ao entrar era a mesma, um misto de admiração e alivio, pois, ela não saía realmente há muitos meses.

Acena a todos levemente enquanto vai caminhando até a mesa dos fundos, sua desde sempre.
Sabia que ao passar, arrancava olhares e sentia até algumas respirações ofegantes. Pois é, acho que ela realmente ainda não perdeu de todo seu encanto e hoje, ela iria alimentar-se a moda antiga.
Uma garrafa e champanhe, olhares a sua volta e ouvido apurado. Quem ela iria querer?








Dia de que mesmo??

Há muitos anos atrás, escrevi sobre o dia dos namorados de uma forma bem peculiar, irônica e sobrenatural, pois em verdade era uma aventura da minha Charlotte!
Nem preciso dizer que o conto acabou em beijos de sangue e balões de corações estragados..., mas foi um belo conto.
Talvez, passados anos eu tenha tido vontade de escrever de uma outra forma sobre esse assunto, não como um conto macabro ou romântico, mas como eu acho que ele deveria ser.
Eu não celebro essa data há muito tempo e ao contrário de muita gente, não me incomoda falar sobre isso. Digamos que se passaram muitos anos e a minha vida tenha dado tantas voltas e em nenhuma destas rotações da terra o que estava destinado à mim não caiu da orbita. Sempre me fiz a pergunta eu não mereço? Eu não sou isso ou aquilo? Sim, sou e muito.
Tenho meus defeitos como todos os seres humanos habitantes deste universo, mas que poderia eu fazer se nada havia acontecido de diferente?
Mas, com o passar do tempo vamos ficando mais experientes eu que bom, mais espertos e inteligentes e vamos aprendendo a lidar com algumas situações. Claro nisso tudo tenho a minha parcela de culpa. Mas falar de erros não o muda, mas aprender com eles, te muda!
Quando você toma consciência de algumas coisas fica tudo mais prático. Se amor, se entender, se respeitar. Te faz uma pessoa muito mais inteligente para lidar com a cabeça dos infantis e desinteressados. Você realmente aprende o que é amor, quando descobre que você quer muito determinada pessoa, mas não aprisionada. Que você ama estar com ela e vê-la sorrir, mas que se ela estiver fazendo isso obrigada, não teria o mesmo efeito.
Quando simplesmente você entende que você precisa lidar em primeiro lugar com a sua carência para ter outra pessoa e ela tem que querer também estar com você, não apenas estar.
Você aprende que amar é sentir a dor do outro, mas não pegá-la pra sim, mas sim ajudar com que ele passe por aquilo com menos sofrimento. E estar feliz quando ele (a) está feliz. Ok, você vai dizer “ eu não sei estar feliz se não estiver ao lado de quem amo”. Mentira! Você consegue a pessoa mais ainda.
Confesso que é uma lição muito difícil, porque as vezes simplesmente, você só quer que a pessoa esteja ao seu lado, para trocar informações, comer um chocolate ou simplesmente tomar um café. Mas não é assim que está acontecendo e se sua mente não está preparada, lá se vai tudo pelo ralo e começamos de novo.
O que eu quero dizer é, valorize bem a pessoa que tem ao lado. Seus defeitos, suas qualidades e virtudes. Ame sem cobrança, sem amarras. Valorize a integridade, a moral, o respeito um pelo outro. Valorize seus momentos em família, em grupo com alegria e seus momentos a dois, com amor, intensidade, reciprocidade. Saiba que tudo aquilo que deixa livre e permanece ao seu lado é o que verdadeiramente lhe pertence.

Chame isso que acabei de escrever do que quiser, eu chamo de aguardar seu tempo, de regar a flor que você gosta todos os dias, sem arrancá-la do pé, sem mexer em nada dela. Afinal, se a ama, deve preserva-la e não retirá-la. 

Foto do cacho de rosas vermelhas do quintal da minha avó que lembra um coração!!!

Recebam com amor!!

Divã em série


- Mas então, como você acha que ele te vê? 

Silêncio....

- Acho que de uma forma normal.

- E como você lida com isso?

- Como se eu regasse uma flor todos dias...


A primeira vez...

Convido meu leitor a ler essa pequena narrativa e a seguir, ouvir essa música que me motivou a escrever sobre isso...

Feche seus olhos e volte a uma pequena cidade perdida no tempo.

Era uma típica noite de sábado e todos estavam às ruas, famílias inteiras, casais a namorar. 
O tempo passava devagar para aquele pessoal simples se divertindo na praça.
Uma praça, um coreto, uma pequena igreja com sua torre iluminada, uma fonte!
Uma leve brisa pairava por aquela noite de verão.
O pouco que soprava, misturava aromas de comidas variadas, doces, salgados, bebidas... mais à frente, perfumes! Doces, amadeirados... flores sem fim! Haveria cenário mais bucólico?
Em meio as mais variadas barracas de guloseimas e brincadeiras, as crianças corriam displicentemente. Gargalhavam sem pensar em mais nada.
Ao lado da fonte um senhor sorridente tocava seu realejo... “ quer saber sua sorte ? ” E piscava para seu pássaro que olhava a todos como se  tudo entendesse... ouso dizer senhores que ele entendia mais do que se passava ali do que qualquer um.
Em um canto mais reservado da praça, vinham nossos personagens principais, caminhavam como se o mundo parasse ao redor deles e nada e nem ninguém estivesse ali. O momento era deles...
Estranhamente, caminhavam lado a lado, mas não se esbarravam tanto. 
Ele, elegantemente vestido para ocasião, com sua camisa estampada e seu terno abotoado, lenço na lapela, cabelos longos, bem penteados. Um perfeito cavalheiro com sua singela displicência de cores.
Ela, um deslumbre de guria.  Seus cabelos soltos em longas madeixas, caiam pela renda do seu vestido levemente acinturados, com um laço de fita azul. Seus olhos reluziam de contentamento.
Tudo seguia normalmente e pasmem, não sei como achavam tanto assunto em meio a dezenas de:
– Boa noite Senhores! Boa noite Senhoras!
 Eles iam caminhando e rindo, sorrindo e caminhando... na ordem que mais apreciar o leitor.
Comiam tudo feito duas crianças, doces, salgados refrigerantes... vez ou outra tocavam-se. Mas era pequenos esbarroes, quase imperceptíveis. Mas tão significativos que o mundo parecia parar.
Em meio a caramelos e guaranás,  param para a pose do lambe-lambe! Um chapéu arranjado, um ramo de flores artificiais e estava lá aquele doce momento eternizado.
Em determinado instante, ele olha para o lado e corre a puxar a mão dela, que se surpreende com o gesto. Para em uma barraca de brincadeiras e já joga uma argola e seu prêmio nada mais é que um porta retratos. Em segundos ele abre e coloca a foto acabada de tirar e tomando-lhe as mãos entrega o mimo dizendo... - Agora sim, nosso passeio está completo! Eternizado.
Daquele momento em diante, numa das mãos ela carregava seu presente e na outra mantinha a mão dele bem presa para nunca mais soltar.
Anos depois na casa que fora deles, uma pessoa descuidada deixa cair o velho porta retrato, fazendo com que seu vidro se quebrasse e a foto caísse para fora. Atrás, os pequenos dizeres:


Este foi o dia que peguei em sua mão, pela primeira vez. “ Com amor...”



*https://soundcloud.com/viniciusdiaszurlo/paquerinha-vinicius-dias-zurlo










Sem título.

Lá estava eu, sentada em minha mesa preferida, do meu café preferido, em meu momento de ócio preferido: Olhar as pessoas à minha volta. E sempre no mesmo dia, lá vinha ela, altiva...mal olhava para os lados!
Parece que fazia questão de passar, esnobar, fingir que nada a atingia.
Vestia-se de preto, couro, batom vermelho! Nem te ligo.
Mas eu cada vez que a via, ousava pensar: puro disfarce!!!
Quando ela passava e eu estava a me perder em meus pensamentos, ficava a imaginar o por quê de tudo aquilo.
Será que teria passado por problemas na infância? Não, não acredito!
Mas eu diria, em uma pequena análise talvez, até porque nem a conhecia que ela fazia aquilo apenas para se resguardar do mundo. EU me basto. Eu me sirvo. Quando na verdade, ela queria dizer ao mundo. Eu estou aqui, me basto, mas preciso de outras coisas, eu me sirvo, mas preciso as vezes também ser servida.
Mas será que eu não estava enganada? E então, como se o céu se abrisse, sim, porque de narrativas lamuriosas o mundo já está farto, uma cena me para:
Lá estava ela quase a dobrar a esquina, com a sua cara de poucos amigos, quando um gato negro e de olhos penetrantes, salta em frente dela, deixando a estática. Pensei, ela vai arremessar o bichano e por alguns segundos pensei em fechar meus olhos..mas não, eu não poderia perder esse desfecho.
Boquiaberta, parei e vi a cena que para mim, dizia: Eu sabia!!
Em um segundo o bicho estava sendo afagado em seu colo, beijado, agarrado e distribuindo lambeijos por toda a cara de batom vermelho dela.
Sim, por trás daquela carapaça sim, existe uma pessoa normal, sensível e meiga que apenas se defendia das tiranias do mundo por que assim era pra ser...

Volto pro meu café e pra outros pontos, quem seria o próximo a ser analisado?

Hoje me deu saudade!

Nos conhecemos em março de um ano qualquer, nesse momento não me lembro, mas uma coisa naquele dia ficou bem claro, A reciprocidade do carinho e da cumplicidade de amigos. E assim, fomos durante 5 anos.Pra mim, eras quase um irmão, aquele que eu contava meus tormentos, minhas alegrias e sobretudo minhas cagadas e as inúmeras vezes que eu permiti que partissem meu coração e das vezes que tentei colar o teu quanto tu fazias das tuas. Nunca vou negar que tua amizade me trouxe ótimos frutos, amigos, passeios, afinal, me levasse a conhecer dois lugares que quis muito. Me preparou jantares e me levou ao teatro. Enfim, foi uma parceria boa. No dia que me disse que tinhas feito uma escolha, porque sua nova namorada não gostava de mim, pois eu era amiga da sua ex e olha que eu tentei, ouvi cobras e lagartos dela, apenas pra tentar amenizar tudo...ah nesse dia, quando me disse " eu tenho que fazer uma escolha, doa em em quem doer"..eu chorei, chorei por horas. Sofri porque eu não entendia isso, mas a vida tem dessas coisas. E decidi que eu não iria mais chorar, e não fiz! Até hoje, onde vi uma foto de nossa viagem. Meu deus, que saudade me deu e que falta as vezes tu me fez. Por meses, você sumiu da minha cabeça e nem nas minhas orações eu te inclui. Mas hoje...tudo que eu posso fazer é orar pela tua saúde e pela sua felicidade, tal qual eu fiz por anos.
Porque abriu-se um buraco no meu peito que eu nem sei porque ainda não estava cicatrizado. Seja feliz pra sempre.

Uma rosa com botão desativado.

Se tens 1% se dúvida é melhor repensar e ver se vale a pena.
Muitas vezes, você acha que algumas coisas valem a pena, mas de repende, tudo cai por terra e você é estranhamente sacudida para cair uma realidade que não estava contando, ou , na verdade, até estava mas não queria admitir.
Algumas vezes a resposta às tuas orações não vem como você quer, aliás, devo dizer que ela nunca vem como você quer, porque na verdade, tu não tem nem maturidade e nem tampouco entendimento para perceber que  que se quer não é o que se tem e o que sem tem, nem sempre é como você quer.
Todos dizem que eu falo muito da minha vida, ah eu falo sim! Ainda não aprendi que os ser humano hoje não quer que você seja feliz ou se dê bem em alguns campos e ouso dizer que algumas raras vezes nem o principal envolvido quer.
Claro que isso é inconsciente, nem sempre ele percebe o quão idiota está sendo e se boicotando.
Muitas vezes você rega , rega a flor e aquele solo pra ela não é fértil e então, a semente vai para outras paragens. Levadas pelo vento quem sabe e floresce...ah linda e bela.
Mas um dia quem sabe você acerta... aduba direito, escolhe a semente direito. E ela também claro, aceita teus cuidados.
Não desanime diz uma voz lá no fundo...um dia, tudo muda.
Quando tu menos esperar, as coisas viram pro lado certo e terás um imenso jardim.
Enquanto isso..,
Não sei ao certo dizer o que fazer enquanto isso, porque não to conseguindo raciocinar direito.
Quando ouvi essa semana " Tu terás a resposta" confesso que um pouco de mim, ainda sonhava que poderia ser como eu idealizei.

Mas sigamos, firmes e não tão fortes por algumas horas, mas em breve normal! Como sempre...

Digamos que o botão da rosa estão sendo desativado!

Meu blog entrará em estado de hibernação por um tempo , mas sei que ninguém o lê mesmo, então, nem precisa que seja dito.


Resiliência é a palavra que está sendo um tanto cruel comigo, mas...sei lá;

Não ser, ESTAR!!

Sim, hoje tem texto no blog sim!!
Afinal de contas, é um dia de renovação e as linhas da vida são renovadas a cada dia, a cada segundo.
Hoje tens um momento que é único, amanhã ele será outro, é assim que funciona o relógio do tempo que habita em nós.
Se ontem, disseste que, a felicidade do outro era também a sua, por que cargas d’agua hoje seria diferente? Porque claro, ontem a felicidade do outro foi incluída como parte da sua. Pensamento egoísta nosso de cada dia....!!
Em alguns dias claro, somos mais altruístas que o outro, isso é inegável. Mas nem sempre isso é além de louvável, seguro e correto!
Alguns dias são seus, somente seus! Suas dores, seus conflitos e sobretudo a sua felicidade.
Eu não sou feliz, eu estou feliz! São coisas totalmente diferentes e em alguns dias simplesmente não estamos. Eu, por feliz ou infelicidade, que para mim, na verdade é apenas uma questão de sufixo, alguns dias estou mais que outros, é normal.  Isso pode apresentar picos. Digamos que alguns dias testamos o "eletro" da felicidade onde ela atinge picos absurdos e em questões de segundos, cai aos teus pés e requer todo um tratamento.
Ai que vem o post de pascoa! A Páscoa é o renascimento de Cristo. Ele fez isso no domingo, três dias após ser crucificado, uma única vez. Claro que não cabe comparações, mas no mundo que vivemos hoje, isso é feito dia após dia. Caindo, crendo e se levantando. Esse foi mais um dos dons que ELE nos deu. A renovação diária.
Nem todos os dias ESTAREMOS felizes, mas podemos fazer com que fiquemos, pela capacidade de se reinventar todo tempo.
Digamos que eu ontem, testei isso em mim. Algumas respostas ainda não vieram, mas é perfeitamente normal, pois como me disseram esses dias “ nem uma folha cai sem que o vento sopre, o galho seja balançado e sobretudo, Deus queira que isso aconteça”... claro que as palavras usadas foram mais ou menos assim, mas é a verdade nua e crua.
Moral da história: renasça, floresça, reinvente-se a cada dia. Em um tu vai deixar cair lagrimas de emoção, de felicidade e em outras, pode ser de tristeza, porque não? Somos seres humanos! Importante que a cada dia seja um dia! Lindo, abençoado e sobretudo renovado.

Que todos hoje estejam felizes! 

De substantivo a verbo

Hoje, se me perguntassem, do que tenho saudade, eu diria:
Tenho saudade de escrever historias de amor , crônicas , percepções... Mas todas de amor! 
Romances das minhas vampiras, dores que eu mesma passei, paixões avassaladoras que eu encontrei, perdi..achei. Guardei. 
Eu escreveria sobre a lua... tão bela, clichê, cheia! Abençoada! 
Ah eu falaria sobre os olhos.. não só os que completam o rosto, mas o que olham através da alma. 
Azuis, verdes, castanhos...sinceros! 
Sobre espinhos, que te podem proteger e até mesmo te ferir dependendo de como o encontra. 
Das nuvens, como eu poderia esquecer. Minha paixão de voar de dia vem das nuvens, tão lindas, perfeitas e milimetricamente desenhadas. Plumas...
Do meu desejo incontrolável de conhecer a Itália. Esses dias me peguei pensando que eu não quero mais conhecê-la sozinha, queria que alguém me mostrasse. Com os olhos de quem já viu, sentiu, amou tudo aquilo como eu quero amar. Quem sabe um dia sonhar seja permitido e sobretudo, realizado? 
Falaria das lágrimas que as vezes molham meus olhos só em pensar em algumas coisas que me fizeram, fazem feliz. 
Pensaria nos teus cabelos enroscados nos meus dedos e no perfume que poderia sair deles... tal qual escrevi várias vezes em minhas crônicas. E o tiraria do papel, do enredo e o colocaria bem aqui, do lado esquerdo...ora machucado, ora fechado, em alguns raros momentos esperançoso de que um dia, num futuro não tão distante, viesse a sair de páginas amareladas de livros e folhas riscadas de caderno, e habitasse tão somente, a minha vida. 
Ah se me fosse permitido não só criar, mas sim perpetuar. 


A hora certa...


Há alguns meses, conheci através de um colega, um músico que na época, chamou-me atenção por uma música apenas, mas de tanto que a procurei na internet (sem encontrar é claro, pois só tinha na sua página de rede social) conheci o resto do acervo.
Bom, nem preciso dizer o quanto virei fã. Eu sou uma amante de música de uma forma, que não sei explicar. Digamos que eu gostaria de ter mais habilidades e tocar algum instrumento, acho que eu me daria bem, se não fosse uma certa mania de me sentir envergonhada quando estou aprendendo algo. 
Mas também acredito que para se apreciar uma boa música, temos também que saber ouvi-la, entrar na melodia, na letra, etc.
A primeira que ouvi era sobre uma divindade feminina da minha religião, uma letra maravilhosa que foi a que deu o BOOM na minha mente para achar outras coisas. E assim fui conhecendo o artista e o que existia a mais em volta disto tudo.
Sou uma pessoa de momentos e tenho a péssima ou quem sabe, a excelente mania de associar fatos a determinadas músicas. 
Ano passado, tomei um revés sentimental que pensei que ia azedar o pé do frango de vez aqui dentro de mim, mas olha, pasmem, não só tratei tudo com a mais perfeita resiliência como também percebi que algo em mim poderia mudar.
Claro, que tenho medo e é esse medo que me faz algumas vezes ser mais prudente em determinadas situações. Mas porque, ao invés de pensar que nada daria certo, não imaginar que seria possível? Quem é que sabe?
O que seria da vida se não fossem as dúvidas, as quedas, revezes que a vida muitas vezes nos prega. Sei que nada é fácil e nenhuma resposta viria de forma tão rápida, mas por que não?
Que eu quero dizer que algumas coisas se não vem de uma forma, vem de outra, no meu caso “ se não viesse dos búzios, viria de folhas ao vento”...E realmente não é assim que funciona? Tudo nesse nosso livro da vida, já vem escrito, porém só conhecemos seu conteúdo, dia a dia. Página a página, algumas linhas podem ser reescritas, mas outras, já estão pré-determinadas.
Quiçá essa folha caída dessa árvore, chegasse até mim! Eu confesso hoje, seria a maior felicidade da minha vida. Mas quem eu sou para dizer como isso deve acontecer? Apenas mais uma em um milhão. Sou grata a tudo que tem me acontecido, tudo é tão magico que mal tenho palavras para expressar. Esses dias me disseram que eu tinha que me emocionar mais, no meu conceito, eu sou aquela que chora até nas orações diárias, que mais me faltava?
Penso que posso não derrubar lagrimas, mas a cada sorriso que me arrancam a cada palavra que me dirigem, a cada sonho que meu subconsciente vê  percebo que tudo é uma emoção sem fim e algumas vezes devemos guardar e esperar a hora certa para falar, que é a parte do que diz a música que de forma escancarada, tomei para ilustrar o momento que vivo, mas noutras ela deve ser posta para fora. Contar até 10 ,controlando a respiração algumas vezes é impossível, pois sinto que meu peito saltaria para fora. Ah... sintomas por mim há tanto tempo esquecidos que até assustam.
Devo também dizer que essa música, deveria mesmo fazer parte da minha trilha, pois ela caiu no meu colo num dia muito confuso ao mesmo tempo com algumas coisas que me foram reveladas, mas só agora meus obscuros olhos entenderam.
Sei que meus posts algumas vezes tendem a ser longos, embaralhados e com um toque de falta de senso de realidade, mas essa é a beleza das coisas. Tudo interage...  E quem sabe uma hora se completem?
Essa semana ouvi uma mensagem que foi soprada a uma pessoa onde diz que, nada acontece sem que seja da vontade do Senhor, que mesmo a folha de arvore só cairia se o galho fosse balançado e se fosse da vontade do altíssimo. Eu creio, confio e me sinto lisonjeada em saber destas manifestações tão importantes e belas.

Não há como resumir o que deve ser dito, mas acredito que o que temos a fazer é plantar a semente, regar a planta, esperar que ela floresça, cresça, que seu galho balance e a folha caia, de forma simples, objetiva, mágica... e sobretudo com o consentimento da espiritualidade no tempo que deve ser.

Gratidão me resume, pois nenhum desses passos foram premeditados, eles simplesmente, tem acontecido e se virar flor que seja com amor. 

*música "NÃO" - VDZ

Então, tá tudo coisado por aqui...



E quando a gente tem a mente transbordando mas não sabe como colocar tudo pra fora? Talvez porque seja o ponto crucial de seu aprendizado. Não dizer tudo que sabe, não repetir tudo que ouve (exceto quando for pra trocar ideias e ajudar alguém). Mas tal pensamento contraria um tanto a tal frase de pequeno efeito para mim..."A Felicidade só é real quando compartilhada". Na minha humilde concepção, a felicidade é real de todas as formas. Você pode usufruir dela em um momento solitário, em um momento coletivo, mas que saiba como interpretá-la.
Recentemente, encerrei outro ciclo. Ano passado abri meu coração e pensei ter me apaixonado. Desde o rei destronado eu não abria o órgão involuntário assim para alguém, talvez porque ele tivesse me feito algo que eu há muito havia perdido que era a capacidade de permitir que fizessem planos para mim. Pow, vou dizer que me ferrei, mas por alguns minutos, sim , porque não durou mais que isso, percebi o quanto isso ainda era legal. Whatever, ficou em 2016.
Porém, alguns pontos ainda estavam para ser resolvidos, e esta semana o ponto final foi colocado.
Sigamos!
Então, voltando a falar da minha caixa de pandora aqui, resolvi guardar determinadas coisas nela e deixar que sejam revelados no momento certo, até porque acredito fielmente que assim deve ser.
Aprendi a ouvir mais a voz da intuição que algumas vezes me prega altas peças...mas na maioria das vezes, tem me ajudado e muito na minha nova jornada.
Devo mencionar que entendi que admirar alguém por seu caráter, gentileza e até beleza, é uma forma de demonstrar afeto, e eu admiro tanta gente que me sinto gratificada por isso.
Olhei o mundo de forma diferente, subi na torre mais alta para olhar tudo de forma diferente e olha que algumas coisas vistas de cima, tem uma outra aparência.
Confesso que quando começo a sentir determinadas coisas , sinto uma certa insegurança, diria que a defesa do meu coração chama-se boicote.
Mas gosto da sensação que me causa pensar, ainda que nada disso seja verdade e seja apenas mais um  " fairy tale " da minha mente nada convencional.

Só espero não usar a trilha sonora mais clichê de todo mundo... " Lulu Santos em - Apenas mais uma do amor" ou quem sabe "Marcelo Nóvoa - Não vai haver amor nessa merda nunca mais".

Tô dizendo, reflexos de uma mente nada convencional.

Então, Publique-se!

Mandala



E este céu azul com nuvens de algodão? Haviam saído de onde?
Olhava tudo com olhos estranhos, como se tudo aquilo jamais existira na mente dela.
Mas estranho, tudo era um velho com olhos de novo! Dá pra entender? Talvez não! Mentes insanas são somente compreendidas porque tem ao menos 2% de insanidade também.
Flores tinham outro perfume, parecia que tinha até outra coloração.
Que estava acontecendo?
- Você dormiu e acordou nos braços de outra realidade?
Onde já se viu tal pensamento?
Passa  a mão envolta e sente a grama nos dedos...Vamos , abre os olhos de verdade e vai ver que não está apenas imaginado.
Uma voz ao fundo dizia..."pode abrir, vai se surpreender!"
Devagar ela abre um olho, franze a testa, abre o outro e lá estava ele. Lindo, azul, branco, real.
O mundo existia e tinha cor, forma , sabor, cheiro...amor!

Tudo sempre esteve ali, ela apenas não havia se dado conta que muitas vezes ,ela quem deixava tudo cinza. A vida lhe sorria mais uma vez, como um caderno de desenhos, onde formas e cores poderiam ser novamente escolhidos , remodelados... apreciados.

Em reflexo alguém lhe sorria e então ela percebeu de uma vez por todas , que era ela mesmo que ela via...

De volta...mais uma vez

Então, já é carnaval e o ano está quase começando de novo ou quem sabe, recomeçando.
Devo dizer que fiquei fora por um tempo, porque sou bem idiota. Isso aí que eu disse. BEM IDIOTA!!
Mas, felizmente superamos algumas coisas e fechamos os olhos para algumas “críticas” nada construtivas, viramos a página e seguimos em frente.
Muito tem acontecido nos últimos meses, digamos que não ando muito completa, mas buscando sempre a melhora.
Mas ainda possuo aquela estranha mania de ter fé na vida e nos seres humanos e a cada dia que passa percebo o quanto é difícil lidar com tudo isso e confesso, penso todos os dias se sou eu que sou anormal. Será?
Sigamos na luta por melhores percepções, comportamentos, aprendizado, etc.
Algo muito certo é que me redescobri na minha religião. Tenho ao menos tentando aprender mais e sobretudo aplicar o que tenho aprendido. Lição nada fácil, visto que lidamos com nossos medos e vícios dia a dia e muitas vezes lidar com nossos monstros são nosso pior tema.
Disse-me uma vez uma pessoa que amei muito e descobri que ainda lá no fundo sempre vou amar, a minha maneira claro, que “ O que não te mata, te fortalece”. Ditado mega antigo, mas de uma lógica fenomenal. Se não foi capaz de te destruir, te faz lidar com tudo mais forte e ver sempre a outra versão de tudo. Isso também é bem complicado, porque algumas vezes te torna o vilão da história, mas vivendo e aprendendo, sempre!!
Ano passado, tomei um escorregão da vida. Permiti que isso acontecesse porque resolvi arriscar e ver se a minha vida poderia ser diferente. Foi! Lembrei que ainda possuía um órgão involuntário que ainda pulsa dentro de mim, não apenas para fazer com que meu sangue circule, mas também para que ele vibre com algumas coisas.
E para citar mais um ditado antigo, cai do cavalo bonito. Mas ninguém vai à guerra sem se machucar. É guerreando que se aprende essa arte...e se abrindo que aprendemos que nem tudo que parece, é!
Resiliência!! A palavra mais moderna e mais verdadeira que poderia se usar nos últimos tempos. Eu sonhei, me permiti, caí e estamos aí. Sempre fica uma marca, uma saudade...Mas tudo passa. TUDO mesmo!
Estranho e diria até muito bom, é que depois de tudo que passou, das furadas, da desilusão, da fantasia eu ainda mantenha dentro de mim um sentimento normal por esse ser humano.
Diria que tenho até um pouco de, sei lá, pena não seria a palavra, mas poderia dizer que sinto muito, muito mesmo por ela viver um mundo de “ Once upon the time”, mas cada um tem uma fase e uma história para viver e ela dura o tempo que tem que durar. Eu só digo, sinto muito, porque depois de anos eu sonhei com uma vida diferente da vida que levo agora e sobretudo, de permitir que alguém ultrapasse um muro que eu mesmo criei, mas não foi desta vez e então vamos esperar. Não me arrependo da forma que ainda penso nela, para mim é bom e considero um amadurecimento. Esquecer eu ainda não esqueci, mas sei que tudo tem sua hora e a minha um dia chega. De novo!!

Tenho projetos novos..., mas a mente velha ainda pra algumas coisas. Vou conseguir, vou mudar.  E sobretudo, fazer meu blog ser lido de novo.