Pequenos momentos, grandes lembranças

Tinham feito amor a noite toda...

Estavam apenas deitados, cada um com seus pensamentos. Um silêncio cúmplice tomava o ambiente.
As vezes ele olhava de canto de olhos, Eu não via só sabia, sentia!  
        
Mas fingia nem perceber, sabíamos perfeitamente que aquilo não poderia seguir adiante, um de nós sofreria as consequências, até mesmo os dois talvez. 

Ainda de olhos fechados, fingindo ignorar seus olhares furtivos, relembro todas minhas advertências. Pensamentos íntimos que me diziam: pense se vale mesmo a pena? Mas sempre fui teimosa e ser desafiada aguçava ainda mais minha curiosidade. 

Não havia mais o que fazer, estava consumado. E como! Ouso erguer uma sobrancelha e esconder in risinho. Foi a minha vez de olhar pelos cantos. "Que eu tenha força para parar..." sem mais, levanto de repente e ligo o rádio. Não poderia existir seleção melhor. Whitesnake, Journey...e estava melhorando.  Apoio minha cabeça na mão me virando de lado pra observa-lo. Parece que meu gesto o deixa sem graça e ele sorri sem jeito.  - Que foi?Por que me olha assim?  No     momento que eu ia responder ouço o acorde da guitarra inconfundível do início da música:

 "The man the sold the world” ...
[[Oh no, not me..we never lost control. You're face to face...With The Man Who Sold The World...]] e ainda sob o encanto da música que adorava respondo:

- Não é nada, só estou saboreando o momento... 


Me aconchego mais junto ao corpo dele com a mesma vontade de horas atrás recomeçando de onde paramos.
Sabia que estava perdida, mas naquele momento,  ainda embalados pelos acordes da música e pelo calor dos corpos, não penso em mais nada, apenas que pequenos momentos, as vezes nos rendiam grandes lembranças.


Nas minhas entrelinhas

Eu nunca fui mulher de fugir de nada, mas no momento... é o meu verbo mais usado. 
Fujo de encrencas, fujo de gente chata (pena que de mim, não ta dando pra fugir).... fujo de discussões sem sentido, mas do que eu deveria mesmo, eu ainda não consegui. 
Já tentei uma vez, mas não deu certo. 
Ai , me disseram : Cara , enfrenta...melhor coisa. 
Não, não é a melhor coisa. 
Melhor coisa e não existirem problemas, não existirem confusões e tu perder a jogada propositalmente e retornar ao começo do jogo. 
LUDO!! 
Como disse minha gêmula, meu dedo é meio leproso e só aponta pra o que não deve. 
Ok, já falei sobre isso certa vez, é a minha tão famosa Síndrome de Dom Quixote, o famoso gosto por causas perdidas...eu sei, eu sei. 
Óbvio que meu lado sensato diz que isso vai passar, que tudo não passa de uma anedota do destino e tudo, tudo mesmo em breve já entra nos eixos. 
Pra me enganar, costumo dizer que é a falta que o cara de asas me faz. Ao menos, quando ele está perto, me ocupo em rir e me divertir com o que ele me faz, mas ultimamente, eu só lembro dele quando viajo, rezando para que ele me conduza pelos céus ou no esbarrão do aeroporto. 
Sim, é que ele me aquieta e me agita. 
Mas a única coisa que podemos ter é o que nos damos, risadas, bobagens, diversão. 
Eu quero mais, preciso de mais... e isso nunca me fez falta, mas nos últimos tempos tem mexido com a minha sanidade. 
Costumo dizer que, o destino tem sido muito fanfarrão com a minha pessoa e acho que, literalmente já deu né? 

Apresente pra mim, pessoas que possam compartilhar coisas comigo, literalmente. Não só verbal, sei que o que me segura é a minha sensatez, mas a que preço só minha mente doentia quem sabe. 

Quando digo, to sumindo saiba, é mentira... não vou sumir e uma tentativa absurda de conseguir por um final. 
Quando brinco muito, chama-se auto defesa. 
Quando eu digo, não ligo é sinal que ta me fazendo virar os rins de lado pode ter certeza. 
Quando eu olho e encontro mais uma coisa que eu gosto, dentre tantas eu penso; CORRE, PERIGO!!! 

Ah ta, parece fácil... vamos tentar, de novo.