"...E é  inútil procurar encurtar caminho e querer começar já sabendo que a voz diz pouco, já começando por ser despessoal. Pois existe a trajetória, e a trajetória não é apenas um modo de ir. A trajetória somos nós mesmos. Em matéria de viver, nunca se pode chegar antes. A via-crucis não é um descaminho, é a passagem única, não se chega senão através dela e com ela. A insistência é o nosso esforço, a desistência é o prêmio. A este só se chega quando se experimentou o poder de construir, e, apesar do gosto de poder, prefere-se a desistência. A desistência tem que ser uma escolha. Desistir é a escolha mais sagrada de uma vida. Desistir é o verdadeiro instante humano. E só esta, é a glória própria de minha condição. A desistência é uma revelação..."

O caso da rua Cinco - Segunda parte

  Mesmo me concentrando, as coisas ainda não pareciam claras, talvez eu estivesse cansada e ate um pouco bêbeda eu diria. Afinal, mudei da água pro vinho. Ou deveria dizer do café para o vinho? Ah, isso não vinha ao caso.  Olho fixo para tela e vou me lembrando de todos que estavam ali. Nada parecia que deveria ser levado em consideração e isso era o que mais me intrigava. Decidida, digo:

- Ok, voltemos aos fatos.

Há muito tempo não se ouvia falar em crimes incomuns, digamos assim. Tudo era sempre tão óbvio que nem tinha graça olhar a pagina policial, mas aquele sem duvida era intrigante.  A forma peculiar e a sutileza das ações. Era o que chamava atenção. Se acreditasse nisso, diria que as vitimas poderiam passar por uma espécie de ritual sei, lá. Mas isso seria surreal, e surreal idade não estava em questão. A coisa era bem real mesmo. Ninguém via nada, ninguém ouvia nada. Seria o que? Medo ou um assassino conhecido?  Esse foi o principal motivo que me levou até aquela espelunca. Além da falta de juízo claro, os rumores de algo estranho no ar, era o que me guiava, pra isso nem a cabeça cheia de tequilas era desculpa. Porem, quando entrei, o que vi foi um cenário mais que comum. Homens mal encarados, mulheres me olhando de lado com raiva como se eu fosse roubar seus clientes, o de sempre para um lugar como aquele. Aparentemente, tudo tão comum que poderia ser impossível algo ter saído dali.  Olho-me por alguns instantes e me recrimino por ter exagerado um pouco na roupa, isso poderia chamar atenção. O barman já me encarava como que dizendo: “Vai pedir ou se manda”. Isso seria complicado, pois ele não tinha cara de muitos amigos e nem tampouco que me responderia alguma pergunta. Se é que eu já sabia o que perguntar de fato, pois minha cabeça fervia. Do jeito que estava poderia virar pra ele e dizer, qual é teu nome, que time torce? Claro, com a voz bem grossa e intimidadora. Mas longe de chegar onde queria.

 -Tequila, por favor!

Procurava olhar tudo e todos, mas ao mesmo tempo, era tudo tão vago, pois o que tinha se visto naquele beco da Rua Cinco, não era coisa de amador. Os dois corpos encontrados tinham a mesma característica, não possuía uma marca de violência, nem um hematoma, nada. Um homem e uma mulher. O que seriam eles? Traficante, prostituta? Pessoas comuns no lugar errado e na hora errada, principalmente com a pessoa errada? Ambos tinham uma única coisa em comum, e esse era o fato mais assustador. O liquido que evaporava dos poros. Espesso, carmim.  Sem duvida, quem fez, sabia bem o que estava fazendo e como fazer, pois nada encontraram nos corpos, a não ser um alto teor de álcool. Já me preparava pra levar a bebida aos lábios quando uma voz metálica e uma respiração quente na nuca me chama a atenção.

-Devo dizer senhorita que, Chanel no pescoço e nos pés, não são tão comuns por aqui. Alias, devo dizer que, nem um pouco comuns.

De sobressalto, volto de meus devaneios. - Hunf, que droga! Eu sabia que estava exagerando, porque não me apresentei para fazer os votos franciscanos? Ta, ta, me lembrei: Sou mulher. Mas e daí? Termino de tomar a bebida e respondo sem ao menos virar:

- Talvez tenha subestimado o lugar, achei que só encontraria bêbados, ignorantes e prostitutas. Mas digamos que ainda não terminei o meu julgamento. Mas  posso sem sombra de duvida, mudá-lo.

Ao virar me deparo com um par de esmeraldas, cujo brilho poderia sem duvida cegar um ser humano, mas eu, bem, era humana, mas estava vacinada.

Continua...




"O caso da Rua Cinco"



1.


Uma nuvem espessa... Um cheiro acre misturado com perfume Chanel.
Esse era o odor e a visão que se tinha do quarto fechado e na penumbra quebrada apenas pela luminosidade de uma luminária de quinta.
Eu havia renunciado a tudo, ou quase tudo, pra poder seguir o caminho que me atraía. Apenas mantive intacto meu gosto por perfumes caros  e bons restaurantes.
Há dias, eu não saía pra nada. Estava no quinto cigarro em menos de hora e meia e tudo que tinha era um emaranhado de pistas que se muitas vezes parecia não levá-la a nada, noutras eram mais do que pequenas coincidências.
Mas eu sabia que tinha algo de obscuro em tudo aquilo. Excitada e assustada era como me sentia...
Por que as coisas tinham que ser assim? Todos poderiam estar felizes e eu não precisaria ter renunciado a parte daquilo que amava simplesmente por seguir o caminho lhe era mais atraente. “Filha minha nunca será uma reles investigadora”. Vociferava ele aos quatro ventos.
Eu gostava do inusitado, do obscuro e sentia um prazer absurdo em decifrar problemas e enigmas.  Nunca fui considerada uma criança normal, nem tampouco uma adolescente normal. Via e lia romances policiais, era fascinada pelos grandes escritores e se pudesse, teria decifrado todos os filmes de suspense da prateleira locadora de vídeos.

- Chega de devaneios menina. Volte pra terra!

Caminho até o pequeno móvel que eu chamava de fogão, pego um café e acendo mais um cigarro.

– Puxa, tenho que largar esse vício! Resolução nº. 1.516 para o próximo ano.

Sento novamente em frente as minhas anotações. Que ou quem será que me guiou até aquele beco numa noite tão confusa? Ok, eu mesmo!
Malditas tequilas, porque não me dei por feliz em aceitar que cinco era um número bem bom de doses para que eu ficasse bem e sem dar vexames? Não, mas eu quis mais...

-Sim, foi “José” que me fez seguir aquele homem estranho.

Pego mais um café e me sento em frente ao laptop. Tinha feito algumas anotações, ocultando claro o real motivo da minha entrada naquele lugar escuro. Aquela era uma parte da cidade que mocinhas indefesas não freqüentariam, mas ela e sua inseparável Berenice, abrindo a gaveta do móvel olhando de esguelha uma Colt M1911, semi-automática, nunca teriam esse problema.  
Tinha visto tão pouco naquela noite, uma garoa fina caía apenas para atrapalhar tudo e lhe molhar os cabelos escovados. Ok, uma sensação bem fútil se apoderava de mim quando algo me incomodava.
Concentração era o que precisava!

Continua...




Tenho pensado estes dias, qual seria o verdadeiro caminho das rosas?
Aquele cujo perfume inebriante te seduz ou os espinhos que te fazem dar mais valor as coisas depois de cada furo no dedo?
Queria tanto que as rosas simplesmente falassem que a minha vida não é um moinho e que meu coração não vai  virar paçoca de pilão.
De me convencer que, os opostos se distraem mesmo e que os "dispostos" se atraem...
De que a vida, às vezes da um giro de 360º, mas que tudo volta pro seu lugar em pouquissimo tempo.
Que algumas tantas vezes, temos que deixar ir...para que de repente, volte.

 " ...ah ,se ele voltar, se ele voltar que coisa linda...que coisa boa..."

Plantei uma mudinha de roseira de novo ....será que ela germina?

Por estas e outras,espero!


Nota: Texto postado anteriormente no Recanto das Letras. 





No texto abaixo, há controvérsias...mas eu juro, eu tento!!


"É um fruto da consciência de Escorpião saber que na dor todas as farsas caem, tudo que é mentiroso cai. Esta é a função da dor: desmascarar. Independente do tamanho da dor ou da perda, um dia ele cicatriza, estanca. Escorpião não teme o auge de uma situação porque sabe que ele significa o início de outra. Nada fica terrível para sempre ou maravilhoso para sempre. Toda energia quando chega ao seu pico, reverte."


É, há alguns dias do aniversário...morta de medo! Da idade? Não...da falta de lembrança;



Café da Manhã

Hoje sonhei que tinha feito o café, como sempre. Levantei e resolvi fazer o café da manhã diferente e continuei pensando.
Engraçado como algumas coisas ficam na mente da gente e tal foi a minha surpresa a ver a sua foto de visitante estampada no meu orkut, claro que por culpa minha mesmo. Ainda estou fragmentada e isso parece que não vai passar, mas eu sei que vai. O bom da vida é lembrar do que foi bom pra gente e nossos café da manhã, fossem verdadeiros, fossem virtuais como fizemos muitas vezes, eram magníficos. Então, pra ti, o café!!



Olá, bom dia!


Fiz seu café da manhã! Deixei a mesa posta e sei que quando ver tudo, não vai resistir.
Tem um pão fresquinho, queijo e presunto, um copo de iogurte e uma xícara ao lado pro café. Ah, deixei uma caixinha de achocolatado caso prefira ao invés do café.
A propósito, o café esta na cafeteira, deixei ligada pois sabia que não se atrasaria.
Uma fatia de bolo também acompanha, caso sinta mais fome (como se isso não fosse acontecer);
Claro, tem suco sim. Tenha um dia excelente e aproveite bem, pois o sol ta lindo!






Dica!!

Imperdível

Conto - Rosalie, Enchanté!



Há muitos, muitos anos atrás, conheci um ser que me deu a eternidade de presente.
Na verdade eu já o conhecia há muito tempo, pois havíamos nascido na mesma família. Mas uma fatalidade do destino nos separou ainda pequenos.
Nunca soube onde ele estava e nem por qual motivo havia desaparecido, uma historia muito mal contada. Mas muito bem guardada. Ouvia algumas historias de que, a própria Rainha do Nilo o havia acolhido e o colocado sob seus cuidados. Muito anos se passaram sem que eu soubesse da real historia, mas como algumas coisas devem ser esquecidas, a cada tempestade no deserto, um pouco de minhas lembranças iam com as areias no vento.
Tornei-me adulta e nunca mais havia pensado em tudo o que acontecerá até aquela noite. Caminhava pelas redondezas aproveitando a noite magnífica, tudo era perfeito para um passeio. A lua brilhava no céu como a muito não se via e sua luz iluminava a noite como se milhares de velas estivessem acesas. Sentei a beira do poço e fiquei a fitar o céu, uma manto negro cravejado de estrelas.
Foi quando ouvi o trotar de cavalos, o exercito inimigo da Rainha se aproximava. Uma quantidade de homens sanguinários e brutos cavalgava a toda por ali e na tentativa de fugir, fui encurralada pelo mais terrível de todos.
Sua violência não tinha fim e ele quase me levou a morte se não fosse por um belo cavalheiro, do mais alto escalão do exercito da rainha que me tirou das garras do infame. Os golpes eram precisos e sua força descomunal. Seu olhar era de um vermelho vivo como sangue que corria em nossas veias. Eu olhava tudo assustada, mas a minha dor era tão grande que mal conseguia me mexer. O sangue se esvaia de meu corpo por um ferimento fundo de espada e sentia ainda a lamina me queimar a pele, o maldito havia me enfiado a espada até o fundo. Meus olhos estavam quase se fechando quando eu o vi cravar dentes imensos no meu algoz e o sugar até cair no chão. Um grito de terror saiu de meus lábios e então ele largou o corpo inerte e correu em minha direção, tomando-me nos braços. Seu rosto era lindo e perfeito, me era tão familiar, mas estava tão fraca que não conseguia me lembrar de onde eu poderia conhecê-lo, até que então ele disse meu nome:

-Rosalie, não deixarei que morra.

-Raphael!! 

 Sorri, pois meu salvador me conhecia e eu a ele, naquele momento tive plena certeza.Até de seu nome eu me lembrei. Fechei os olhos e senti seus belos dentes pontudos e fortes rasgando a minha pele e uma sensação inexplicável que tomava o meu corpo, assim que seus lábios tocaram os meus e o gosto do seu sangue misturado com um beijo.
Por algum tempo ele ainda ficou comigo, ensinou-me tudo que eu precisava.
Mas com o passar dos anos, séculos eu diria, muitas coisas aconteceram e tivemos que nos separar. Depois disso, nunca mais o vi. Cada um seguiu seu rumo, as vezes nos esbarrávamos em algumas cidades, pois nossos hábitos incomuns sempre nos denunciavam.
Mas hoje estou aqui cada vez mais forte. Muitas das atrocidades cometidas por aquele rato de areia, nunca foram esquecidas por mim. E meu coração morto tornou-se ainda mais frio que a lâmina que quase o dilacerou naquele beco. Assim eu vivo, aqui e ali, cuidando de meus negócios, tomando o néctar dos mais desavisados... Caminhando pela noite, século apos século. Rosalie Simmons... Encantada.


Vastas emoções e pensamentos imperfeitos - Nem sei que número.




Olhando pela janela noite a dentro, parei e pensei que, de duas semanas pra cá, mal tenho tido tempo de ler que dirá de escrever. Tenho projetos que quero dar continuidade, tenho coisas novas que tenho que aprender complicado.Há exatos 9 dias tudo esta em perfeita desordem... Trabalho, cabeça, vida, enfim!
Muitas vezes eu gostaria de ser menos humana e mais pratica, seria bem mais fácil para se lidar com algumas coisas tão normais mais ao mesmo tempo tão chatas.
Semana passada um companheiro de trabalho nosso foi demitido, e isso nos causou tanto pesar, que nada saiu direito aquele dia.
Pra ajudar, um amigo que gosto demais, não enfiou o pé na jaca, mas numa plantação inteira, me deixando tão preocupada que mal conseguia pensar direito.
Mas a vida tava lá, os negócios não podiam parar e então vamos que vai dar certo.
Mas aquela sexta feira, apesar de dia primeiro, parecia que era o décimo terceiro, pois tudo estava fora do lugar.
Chorei, chorei tanto quando cheguei em casa e pior, já nem sabia mais ao certo porque derramava tantas lágrimas.
Eu tinha que ser forte, não passar a mão na cabeça do insensato, porque o que ele fez era sem perdão, mas quem sou eu para julgá-lo? Já fiz tantas coisas na vida que não me orgulho. Que eu procuro colocar na cabeça que são para o meu aperfeiçoamento moral e espiritual, ok...eu tento pelo menos.
Mas são quase 9 anos de amizade, eu senti medo misturado com uma raiva imensa por ele ter sido tão irresponsável, mas ele já se firmou eu acho. Ao menos eu pergunto, se esta bem e ele diz sim. Pode ser que minta, mas como vou fazer com que ele sinta que em mim pode confiar para sempre? Bom, eu tento.
E a saudade? Essa é o meu pensamento mais que imperfeito, porque estes dias ele apareceu, e o que me deixou mais chateada foi que não achei que ele estava feliz. Mas será que sou eu que percebi isso ou queria que fosse assim? Senti pesar em algumas frases, mas era normal. A vida quando muda, nem sempre tudo vai como imaginamos.
Nada é como parece. Não quis ser descrente,  mas não queria que ele pensasse que eu era indiferente a tudo que sentia. Mas espere? O     que eu sinto, faz diferença para ele?
Faz diferença para aquele que foi irresponsável e me deixou morta de preocupação por horas? Talvez sim e talvez não! Eu nunca saberei.
Tenho sentido falta de alguns amigos queridos, mas eles não devem sentir a minha, porque eu cansei de andar atrás deles. E eles não vieram atrás de mim.
Espero sinceramente que essa fase de medos e incertezas passe.
Preciso e quero voltar a minha vida normal.
Com ou sem saudade, com ou sem preocupação, mas viver novamente como eu gosto e quero viver. Não vou esquecer o que passou entre nós, e nem tampouco o carinho que tenho pelo irresponsável, não vou esquecer o quanto adoro o que me abandonou e nem quanto lamento que ele tenha ido.
Não vou esquecer os beijos roubados e a viagem feliz que tivemos.
O quadro quase derrubado e a recompensa de saber que esperei anos por um beijo e quando ele veio, saber que foi  exatamente como eu sonhei e ao outro também.
Não vou esquecer daquele que mesmo não me ajudando muito no trabalho, é uma figura humana impar e um bom amigo.
Não posso e não devo esquecer  que tenho novas atribuições e que isso tem me deixado de cabelo em pé.
Queria só esquecer que vou fazer aniversario e o que mais penso é que este ano ele não estará comigo e pior, nem vai se lembrar.
Devo sim, deixar assim, todos os pensamentos em pequena desordem e misturar todos os sentimentos, mas NÃO  posso e NÃO devo esquecer quem sou, fui ou que serei.