Doce Novembro


Nas últimas semanas, horas... Tenho tido sensações que tive há muito tempo atrás.
Deito me lembrando do gosto do beijo que recebi naquela noite e acordo com a mesma sensação.
Fecho meus olhos e refaço meus passos. Como um detetive à procura da prova do crime, um deslize do bandido, sei lá... Algo que pudesse dizer... “Aqui está, um erro”.
Nada! Tudo perfeito do primeiro ao último segundo.
Como esquecer a doçura do toque dos lábios que pensava que iam ser arrebatadores no primeiro momento e, no entanto, ser um toque de seda?
Como esquecer da expressão de surpresa estampada nos rostos e a cumplicidade dos gestos a cada minuto?
Refiz!
Refiz mesmo todos os passos.
Da ida a um sebo à compra de um presente, das duas caipirinhas no bar ao chocolate com poder de sossega leão.
Da mendiga que ficou de calcinha vermelha ao palhaço que quase me matou de rir e ao outro, de susto.
Do cantinho no parque com nome de chocolate. Das tartaruguinhas...
Do banco do jardim da Casa Mário Quintana com meia dúzia de viadinhos , ah desculpe, homossexuais, discutindo receitas e fazendo cosplay...
"B.I.Z.A.R.R.O", mas bem legal.
Ah... E o café da manhã? Ah Pelos deuses, o café da manhã.
Do doce sabor da lágrima de emoção ao gosto salgado da de despedida.
Dos olhos verdes e cabelos vermelhos da minha amiga aos cabelos pretos e olhos castanhos daquele que tem a metade do meu coração.
Sim, estou melancólica. A saudade me corrói e dói.
Vivo e revivo cada minuto, doces lembranças daquele doce novembro onde eu vi,
No espelho daqueles olhos que me fitava enquanto mexia em meus cabelos, que nunca mais as coisas seriam iguais.
Doces lembranças, doce novembro.


“Foi pouco tempo, mas valeu. Vivi cada segundo, quero o tempo que passou”.